Adaptação escolar é para o filho ou para os pais?

O Lucas, meu filho mais velho que completou 3 anos em janeiro, já é escolarizado e para ele voltar às aulas foi uma festa, afinal ele já sabia o que iria encontrar: amigos antigos e fazer novos amigos também, músicas novas, brincadeiras, brinquedos diferentes…, então ele não precisou de uma nova adaptação escolar.

Mas este ano tive um novo desafio, adaptar a Larissa, que está com 1 ano e meio. Desta vez, diferente da adaptação do Lucas, não fiquei nervosa, ansiosa ou imaginando minha filha aos prantos pedindo pela mamãe.

Larissa em seu 1º dia de aula
Larissa em seu 1º dia de aula

Na escolinha dos meus pequenos a adaptação é progressiva e a mãe ou pai fica na escola (longe dos olhos dos filhos) na primeira semana para, se a criança ficar agitada, mostrar que a mãe ou pai está por perto – achei o máximo ver que muitos papais também acompanham esse momento tão importante na vida dos filhos, especialmente no primeiro dia.

Na segunda-feira, primeiro dia de adaptação, a criança fica somente por 1 hora na escola. Claro que rolou um chorinho quando entreguei a Larissa para a Tati (professora), mas logo ela se distraiu, a levaram para brincar com o irmão na turminha dele e, depois de 1 hora, ela sorriu ao me ver sentadinha alí na secretaria.

Na terça-feira, segundo dia, ela fez beicinho ao ir para o colo da Taty, e as duas horas seguintes foram mais tranquilas para ela. Ela passou por mim 2 vezes e não pediu colo, continuou passeando pela escola com a professora. Na hora de ir embora ela correu para meu colo sorrindo.

Na quarta-feira, para minha surpresa, após deixar a Larissa eu “fui liberada” para ir para casa (moro bem perto da escola, cerca de 3 minutos de carro) e qualquer novidade eles me ligariam. Não fiquei muito surpresa em notar que as outras mamães não foram liberadas, e vou te contar a razão:

– As crianças geralmente se adaptam melhor do que as mamães. Sim, a adaptação também é para as mamães que ainda estão inseguras em deixar outra pessoa cuidar de seu filho(a), ou ficam perdidas ao chegar em casa sem o filhote.

Durante a adaptação da Lari notei que papais e mamães ficavam perguntando onde estavam seus filhos para darem uma “espiadinha”, e lá iam eles se abaixando pelas janelas e portas para não serem vistos – impossível segurar o riso ao ver marmanjos e marmanjas engatinhando pela escola -, afinal quando o filho nota que os pais estão por perto eles abrem o berreiro. E também notei que nenhum contou que o filho estava chorando, todos estavam tranquilos, descobrindo novos brinquedos, brincadeiras e, mesmo que de um jeito mais tímido, fazendo novas amizades.

E foi assim que descobri porque eu fui liberada, é porque já sou uma “mãe adaptada”. Já tenho filho na escola e confio no trabalho deles, então não fico neurótica imaginando alguma negligência e nem passo essa ansiedade toda para a criança.

Mas claro que já tive que me adaptar também, quando o Lucas começou a frequentar a escolinha eu ficava com uma sensação de vazio que tomava conta de mim, fiquei ansiosa, triste, nervosa e buscava sempre ele mais cedo porque ele poderia estar sentindo minha falta. Em partes eu tinha razão, afinal a primeira escola dele era bem problemática (já escrevi sobre isso: Uma história triste: a primeira escola do meu filho), e culpo boa parte da minha ansiedade e vazio ao meu sexto sentido de que realmente havia alguma coisa errada. Quando fui adaptá-lo na segunda escola fui mais tranquila, afinal eu pesquisei e visitei tantas outras que sabia que tinha feito uma boa escolha para ele.

Mamães e papais, a adaptação dos pais realmente é um desafio. E se o seu filho(a) pular no colo da tia e nem olhar para trás para lhe dar tchau não fique triste, pelo contrário, fique feliz! Pois ele está demonstrando que está indo para um lugar em que ele se sente bem, que é bem tratado e que gosta estar.

Escola não rompe laços com papais e mamães, pelo contrário, fortalece ainda mais porque se seu filho está feliz é porque confia em vocês, sabe que no final da aula vocês estarão lá para buscá-lo com um forte abraço e o mais sincero sorriso. Ele sabe que pode se divertir e aprender por algumas horas longe de você porque depois ele ganhará toda a sua atenção e carinho.

O seu pequeno está iniciando uma nova etapa de desenvolvimento, crescimento e conhecimento, portanto, parabéns papais e mamães em adaptação por estarem presentes e atuantes nesse momento tão importante da vida da criança.

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Sobre Monica Romeiro

Monica Romeiro é mamãe babona e apaixonada do Lucas - nascido em janeiro de 2011 - e da Larissa - nascida em julho de 2012 -, casada, publicitária por formação e empreendedora na Internet por paixão – paixão por criar, ler, escrever, pesquisar, colaborar, navegar, ajudar e compartilhar suas experiências. Escreve (sem papas na língua) sobre maternidade e dá dicas sobre empreendedorismo.

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