Dicas para evitar afogamento e importância da natação

Ultimamente temos acompanhado pela imprensa vários casos de afogamentos no Brasil e o que tem chamado mais atenção é a frequência e a maneira das ocorrências, que não são novidades.

Segundo o Journal Indian Academy Of Pediatrics a situação atual do afogamento na infância é a 1ª causa morte no Brasil, Austrália, Índia e diversos estados americanos e 2ª causa morte por acidentes no mundo e de acordo com o Journal of Trauma os afogamentos ocorrem devido a três fatores:

  1. falso senso de segurança,
  2. brincadeiras próximas ao meio líquido e
  3. vestimenta inapropriada para a água

 

Um dos exemplos do falso senso de segurança é o indivíduo que não nada – saber deslocar-se na e sob a água sem qualquer auxilio a não ser o próprio corpo – flutuar ou deslocar com materiais flutuantes, tais como boias- de braço e brinquedos infláveis, não significando segurança e não devendo ficar sozinho na piscina. Muitos pais preocupados com a churrasqueira deixam os seus filhos com flutuadores acreditando que estão em segurança.

O aumento de residências com piscinas tem aumentado a causa da morte por afogamento.

As tabelas abaixo demonstram as causas da morte em crianças de 01 a 04 anos e dos 05 aos 09 anos:

CAUSAS DA MORTECrianças de 01 a 04 anos fonte: Ministério da Saúde
Colocação Causa Número
1º. Afogamentos 533
2º. Atropelamentos 290
3º. Demais lesões 146
4º. Queimaduras 143
5º. Sufocação 128
6º. Quedas 96
7º. Choque elétrico 69
8º. Envenenamentos 36
9º. Plantas e animais venenosos 21
10º. Ciclistas 10
11º. Acidentes com armas de fogo 10
12º. Mordedura de animais 02
total 1.745

 

 

CAUSAS DA MORTECrianças de 05 a 09 anos fonte: Ministério da Saúde
Colocação Causa Número
1º. Atropelamentos 499
2º. Afogamentos 426
3º. Acidentes de carro 352
4º. Demais lesões 132
5º. Quedas 84
6º. Queimaduras 48
7º. Choque elétrico 42
8º. Ciclistas 38
9º. Sufocação 38
10º. Plantas e animais venenosos 22
11º. Acidentes com armas de fogo 18
12º. Envenenamentos 12
13º. Mordedura de animais 03
total 1714

Diante dos fatos chegamos à conclusão da importância do aprender a nadar, não necessariamente com o objetivo de aprender os quatro nados competitivos – crawl, costas, peito e borboleta – mas principalmente no aprendizado da autonomia aquática ou na autossuficiência onde o indivíduo aprenderá a autopropulsão; as mudanças de direção autonômicas; trocas respiratórias conscientes; domínio total e profundo da apneia; a flutuação em decúbito dorsal prolongada; o domínio do corpo em situações adversas e o respeito ao perigo.

meninas-piscina

A criança que sabe nadar e escorrega para dentro de uma piscina funda pode, com sucesso, se deslocar até a borda e pedir por ajuda para sair.

Ao ingressar num curso de atividades aquáticas o aluno ou os pais deverão analisar e observar os conceitos pedagógicos, os objetivos, a metodologia e o corpo docente da instituição, como ocorre nas observações das escolas nos níveis maternal, fundamental e médio.

A natação formativa insere-se no conceito escola, sendo assim, podemos encontrar uma entidade que desenvolve somente a natação denominada de escola de natação ou a escola de natação inserida no conceito academia, reunindo várias atividades físicas, porém o foco não se altera sendo mantido o conceito escola, com os seus níveis ou séries pedagógicas, número de alunos por níveis e por professor.

Ciente disto, procure por escolas de natação que avaliem constantemente sua metodologia, conheça seus conceitos pedagógicos e a relação do número de alunos x professor x idades x espaço.

A determinação do espaço físico pedagógico tem dois objetivos – diminuir o risco de o aluno sair do raio de observação do professor – segurança aquática – e facilitar o aprendizado diminuindo o cansaço através de pequenas distâncias.

Para minimizar riscos durante as aulas e nos ambientes aquáticos alguns cuidados deverão ser tomados:

a) O que observar nas escolas de natação:

  1. Turmas divididas de acordo com as habilidades motoras, autonomia na água e a idade;
  2. Profissionais capacitados;
  3. Aprendizagem de técnicas de auto salvamento no meio aquático;
  4. Elevação dos níveis da água na piscina – locais rasos.
  5. Aprender a utilização de materiais flutuantes como coletes, geralmente encontrados nas embarcações de turismo.

b) O que se atentar em ambientes com piscinas:

  1. Programas educativos para a comunidade;
  2. Redes de segurança ao redor da piscina;
  3. Maior supervisão dos adultos.
  4. Não confundir a utilização de materiais flutuantes com a segurança.
  5. Conhecer na casa de máquinas o local onde desliga as bombas de circulação.

Referências:

Lima, W. Ensinando Natação – Phorte Editora –4ª. Edição – SP – 2009 –Lima,W. Klar, A – Atividades Aquáticas – Pedagogia Universitária – volume I 2ª. Edição 2008 – Madureira, 2004; INFANTSWIMMINGRESEARCH, 1998 ;Bars, 1995; Asher et al., 1995; Jensen et al. 1992; Nixon et al, 1979; Pearn e Nixon, 1977-Madureira, 2011 – Fitness Brasil – Santos.

Guest post escrito por: Prof. William Urizzi de Lima

Professor de Educação Física CREF 00023-G-SP, Psicólogo Clinico – CRP 06775-SP, Professor das disciplinas aquáticas da FMU – SP, Coordenador e professor do Curso de pós-graduação de Natação e Atividades Aquáticas da FMU e Gama Filho, Professor convidado dos cursos de pós-graduação do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Supervisor pedagógico da Metodologia Gustavo Borges da Natação Formativa, Proprietário e coordenador pedagógico da Dolphins Academia- SP, Técnico da Seleção Brasileira de Natação 1977 a 2001.

Sobre Autor Convidado

Artigo escrito por um autor convidado. Mais informações sobre o autor você encontra no final texto acima.

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