Gravidez Ectópica: o que é, como ocorre e tratamentos

O que é Gravidez Ectópica.

Ectópica significa fora do lugar. A Gravidez Ectópica é uma gravidez fora do útero, ou seja, quando o óvulo se implanta em outro lugar, ao invés de se implantar na parede do útero.

Onde ocorre a gravidez ectópica?

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Na grande maioria das vezes a Gravidez Ectópica acontece nas Trompas de Falópio, a chamada Gravidez Tubária. Nesse caso o óvulo, que é fecundado em uma das trompas, ao invés de se conduzir até o útero, se implantou durante o percurso pela tuba que liga os ovários ao útero. Geralmente isso acontece devido à alguma lesão no local ou por estreitamento do canal, impedindo ou dificultando o óvulo de chegar ao útero. A gravidez tubária representa cerca de 98% dos casos de gravidez ectópica.

Em outros casos a gravidez ectópica acontece quando o óvulo fecundado se implanta no colo do útero, no ovário ou, ainda, na cavidade abdominal.

Nesta imagem do site www.newkidscenter.com é possível identificar os locais de implantação e a porcentagem de incidência por gravidez ectópica.
Nesta imagem do site www.newkidscenter.com é possível identificar os locais de implantação e a porcentagem de incidência por gravidez ectópica.

Quando a gravidez ectópica pode ser identificada?

É extremamente importante realizar todos os exames do pré-natal tão logo seja descoberta a gravidez. Entre a 4ª e 10ª semana já é possível identificar uma gravidez ectópica, e seus sintomas começam a ser percebidos, geralmente, a partir da 6ª semana de gestação. Na maioria dos casos a gravidez ectópica é descoberta por volta da 8ª semana de gestação e elas correspondem entre 1 a 2% de todas as gestações.

Quais os riscos de prosseguir com uma gravidez ectópica

Toda gravidez ectópica é interrompida, seja por um aborto ou através de cirurgia. As cirurgias representam cerca de 60% dos casos.

A gravidez ectópica traz grandes riscos para a fertilidade da mulher, podendo trazer até riscos à vida da gestante. Durante o desenvolvimento do feto ele pode destruir a região em que se implantou, causando infertilidade ou até mesmo hemorragias que podem levar à morte.

Por esta razão é importante o diagnóstico precoce, além do zigoto não conseguir se desenvolver corretamente fora do útero, a gravidez ectópica traz riscos de danos permanentes na fertilidade da mulher e risco de morte (antigamente cerca de 50% dos casos resultavam em óbito, com a medicina moderna o número é inferior a 0,05% dos casos).

A gravidez ectópica prejudicará minha fertilidade?

Quando as trompas não foram prejudicadas, a sua fertilidade não foi prejudicada.

Porém quando a gravidez tubária provoca rompimento da trompa ou danos mais graves, a sua fertilidade diminui, porém mais de 60% das mulheres conseguem engravidar após até 18 meses de tentativas. Quando a outra trompa também está prejudicada por inflamações, endometriose tubária, entre outros fatores que comprometem sua estrutura, a Fertilização in vitro pode ser a opção mais segura para uma gravidez de sucesso.

Quais as causas da gravidez ectópica

As causas nem sempre são claras, porém alguns hábitos, condições ou fatores genéticos podem aumentar os riscos de uma gravidez ectópica.

Tabagismo: Mulheres fumantes são mais propensas a gravidez ectópica.

Gravidez ectópica anterior: Nesse caso as chances de uma nova gravidez ectópica passam para cerca de 10 a 15%, dependendo do grau das lesões da gravidez anterior;

Salpingite: Inflamação que acomete as Trompas de Falópio;

Vários abortos: Mulheres com histórico de vários abortos apresentam maior risco de gravidez ectópica;

DST: clamidia ou Gonorreia: Cerca de 50% dos casos de danos nas trompas são causados por inflamações pélvicas, que podem deixar cicatrizes e lesões. Doenças sexualmente transmissíveis como clamídia ou gonorreia podem causar essas inflamações.

– Cirurgias pélvicas: Cirurgias pélvicas podem deixar cicatrizes nas Trompas de Falópio, por exemplo: cesariana e retirada de apêndice;

Gravidez após laqueadura: Apesar de muito raras, se uma mulher engravidar após a ligadura das trompas, é bem provável que essa gestação seja tubária;

– Reversão de laqueadura: Recuperar a fertilidade da mulher, através da reversão da laqueadura, também pode deixar lesões ou causar estreitamento das Trompas de Falópio;

Gravidez utilizando DIU: Apesar de muito raro uma gravidez com o DIU, quando esta acontece o risco de uma gravidez tubária é muito elevado.

DIU com progesterona e minipílula: Mulheres que utilizavam DIU com progesterona ou tomavam pílula com progesterona – conhecidas como pílula da amamentação ou minipílula – são ligeiramente mais propensas a uma gravidez ectópica;

Endometriose tubária: Esta é outra condição que aumenta incidência de lesões nas Trompas de Falópio.

– Fertilização in Vitro: Mulheres que se submetem à Fertilização in Vitro (FIV) também correm risco de gravidez ectópica;

Fatores hormonais;

Mal formações congênitas;

– Ducha vaginal: aumenta levemente o risco de gravidez ectópica;

Idade da mulher: O risco de gravidez ectópica aumenta com a idade da mulher.

Como é o tratamento da gravidez ectópica

 

Com medicamento.

Quando uma gravidez ectópica é diagnosticada precocemente, o embrião é menor do que 4cm, não há batimento cardíaco e as trompas não foram danificadas, um medicamento, geralmente o metotrexato, é injetado intramuscularmente. Ele age impedindo o desenvolvimento do embrião, e este material é reabsorvido pelo organismo.

O uso do medicamento compreende cerca de 33% dos casos de gravidez ectópica.

Com cirurgia

Em quase 60% dos casos é necessária a intervenção cirúrgica para interromper a gestação e remover o embrião.

A labaroscopia é a melhor opção quando as trompas não foram rompidas e não há sangramento. Porém quando há rompimento da trompa, uma cirurgia abdominal é necessária para conter a hemorragia e avaliar se será necessária a remoção da trompa. Nesse caso, quando a outra trompa da mulher está saudável, ela poderá engravidar.

Conduta expectante

Muitas vezes a gravidez ectópica resulta em aborto espontâneo. Quando é diagnosticado o aborto o médico passará a testar regularmente o sangue para acompanhar se os níveis de hCG estão caindo. Durante a observação, chamado de conduta expectante, ao constar que o aborto espontâneo aconteceu, a cirurgia ou medicamento poderão ser dispensados.

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Conteúdo produzido pela equipe do Almanaque dos pais.

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2 comentários

  1. Tive uma gravidez ectópica junto com uma gravidez normal. Comecei a passar muito mal desde 5 semanas, mas fui descobrir somente com 8 semanas onde a minha trompa se rompeu e tive uma hemorragia interna muito forte. Os médicos diziam que a minha gravidez normal não iria para frente. Mas graças a Deus meu bebê está super bem! Nasceu prematuro de 34 semanas pesando 3.050 kilos e com 48.5 cm hoje com 5 meses… Foi um pós operatório muito difícil. Tive que ficar de repouso absoluto por 2 meses… Mas hoje valeu a pena. Isso é normal acontecer? Ainda não consegui entender como aconteceu tudo isso e até mesmo com relação a cirurgia…

    • Almanaque dos pais

      Olá Cristiane, tudo bem?
      A gravidez ectópica juntamente com uma gravidez normal é muito rara. Além da gestação gemelar natural não ser muito comum, além disso você teve uma implantação bem sucedida e outra nas trompas.
      Você recebeu um atendimento médico de ótima qualidade que conseguiu, com sucesso, conter a hemorragia da trompa que se rompeu sem que isso prejudicasse o outro bebê.
      Parabéns pelo seu bebê que está com 5 meses e parabéns para você, mamãe!

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