Relação entre obesidade e infertilidade

A preocupação por estar dentro do peso ideal muitas vezes é interpretada por um ponto de vista superficial e estético, no entanto a obesidade é um problema de saúde. O excesso de peso pode afetar muitos aspectos da qualidade de vida, inclusive a fertilidade. A relação entre obesidade e infertilidade é real para homens e mulheres, por isto o desejo de ter filhos deve acompanhar o compromisso com a própria saúde.

obesidade e infertilidade

O excesso de peso ou obesidade pode ser uma das dificuldades para conceber um filho, por este motivo, antes de engravidar ou submeter-se a um tratamento de reprodução humana, os ginecologistas recomendam um plano de redução de peso e modificar os maus hábitos nutricionais ao menos entre três e seis meses antes de buscar o bebê de maneira natural ou, antes do tratamento de reprodução assistida.

É importante que os profissionais da saúde façam um assessoramento pré-natal sobre o controle de peso nas mulheres que desejam conceber para prevenir e tratar esta epidemia que atinge mais da metade da população brasileira; algo bastante preocupante. Especialistas do grupo IVI realizaram uma pesquisa chamada “Obesidade feminina: consequências a curto e longo prazo na descendência”, que constatou que a influência da obesidade vai além da própria pessoa e pode prejudicar também seus descendentes.

Alguns dos problemas mais marcantes relacionados à obesidade e gravidez são:

– O risco de complicações obstétricas é três vezes maior em obesas;

– Obesas tem uma maior taxa de aborto com o dobro de risco de morte fetal que as mulheres com peso normal, além de maior incidência de parto prematuro;

– A obesidade não só afeta a mulher na gravidez e pós-gravidez, também é um fator de risco importante para doenças crônicas, como doenças cardíacas, síndrome metabólica e diabetes tipo II, na adolescência e na idade adulta de seus filhos;

– Filhos de mães com excesso de peso têm 40% mais probabilidade de padecer de obesidade.

As condições no útero materno têm um efeito sobre a fisiologia fetal conhecida como “programação fetal”, ou seja, o ambiente onde se desenvolve o feto condiciona seu desenvolvimento durante a vida pós-natal e adulta. Este conceito é também chamado “memória metabólica” e influencia, por exemplo, que a obesidade seja um problema perpétuo e autogerido.

Você sabia?

– Se a mãe está dentro do IMC normal e o pai é obeso, o risco de obesidade afetaria só os filhos homens e não as filhas mulheres. No entanto, se a mãe é obesa isto afeta tanto os descendentes homens como mulheres.

–  Os fatores étnicos claramente afetam a tendência a engordar durante a gravidez: Mulheres afrodescendentes são mais propensas a ganhar peso em excesso durante a gravidez e as asiáticas têm maiores possibilidades de ganhar menos peso que o recomendado.

Sobre Dra. Silvana Chedid

Dra. Silvana Chedid (CRM 57672) é especialista em Reprodução Humana pelo Center for Reproductive Medicine da Universidade de Bruxelas (Bélgica). Por 15 anos dirigiu o CEPERH (Centro de Endoscopia Pélvica e Reprodução Humana do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo) e por 10 anos sua clínica própria, que foi incorporada ao grupo espanhol de medicina reprodutiva IVI em 2012. www.ivi.net.br

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