Criança terrível – Afinal, de quem é a culpa?

Gente, eu sou uma pessoa normal, tenho a minha própria opinião e alguns comportamentos eu critico sim. E sei também que não existe verdade absoluta quando se trata de educação dos filhos, assim como não existe maternidade perfeita, com filhos perfeitos que se comportam como no livro best seller sobre educação.

Se alguém me conta sobre o comportamento de uma criança agressiva a primeira coisa que me vem em mente é a atuação dos pais frente a esse comportamento. Tem pai machão que acha lindo o filho “lutando” com outras vítimas: “Meu garotão é que nem o papai, macho até o caroço e se chegar em casa chorando porque apanhou, vai apanhar de novo!”. Tem genitor que reprime a agressão com mais agressão. Tem pai que tenta entender, tem mãe que coloca de castigo e entre tantos outros comportamentos tem também mãe que acha lindo quando a filha espertona se aproveita de um momento de distração de um amiguinho para pegar a bola de bexiga dele: “Nossa, essa menina sabe o que quer e não desiste até conseguir!”. Sobre o último exemplo, eu mesma passei por situação semelhante e que me motivou a desabafar nesse post.

menino chateado 05

Fomos – eu, marido, filho e filha – a uma festa de aniversário infantil. Estava tudo perfeito e os anfitriões, no intuito de agradar todas as crianças da festa, logo após o parabéns distribuíram alguns brinquedinhos de plástico. Meu filho ganhou dois carrinhos. Quando ele colocou os carrinhos no chão para brincar, um dos meninos convidados pegou o carrinho verde. Meu filho, então, pediu de volta e o menino se recusou a entregar, mesmo já tendo posse de outros brinquedinhos que ele havia ganhado e com sua mãe assistindo toda a cena sem se manifestar. Meu marido, então, se aproximou dos meninos e da mãe e falou:
– Amiguinho, você está com 3 carrinhos, devolve 1 para o Lucas?
Pronto, agora a mãe resolveu atuar e, mesmo vendo meu filho chorando, olhou para meu marido e disse:
– Não posso fazer nada se ele não quer devolver.
Meu marido ficou surpreso e, então, pediu para meu filho se afastar e brincar com o carrinho que sobrou. Foi nessa hora que cheguei e vi meu filho chorando e pedindo o carrinho verde que estava na mão do amigo.

Quando me abaixei e perguntei a ele: – Lucas, o que aconteceu?
A mãe do menino interrompeu meu filho na hora e disse: – É porque ele quer um carrinho do meu filho, mas meu filho não quer dar, não posso fazer nada.
Peguei meu menino no colo na intenção de explicar que ele não pode exigir quem alguém dê um objeto a ele e fui para perto de meu marido que me contou sua versão da história. Meu marido estava tão desapontado com a postura do menino e da sua mãe que mal podia acreditar no que ele mesmo estava me contando.
Resolvemos o problema indo pedir outro carrinho para os anfitriões que, por sorte, ainda tinham outro na cor verde e entregaram ao meu menino.

Gente, que fique claro que não é pelo valor, esses carrinhos de plástico são vendidos em sacos com mais de 20 unidades nas lojas de R$1,99.

Refletindo sobre todo o comportamento de mãe e filho, já no carro enquanto voltávamos para casa, me perguntei:

– Que criança terrível! Afinal, de quem é a culpa?

Se o menino estivesse sem a mãe por perto, certamente seria julgado como “a criança terrível”, mas como sua mãe estava por perto foi fácil achar um culpado, não é mesmo? E o menino, que foi ousado (no pior dos sentidos) pegando o brinquedo do meu filho, acabou sendo visto como a maior vítima da história, afinal seu mau comportamento poderá lhe trazer consequências sociais, como ser isolado pelos amiguinhos da escola, ou crescer acreditando que ele pode ter tudo, inclusive o que não é dele, nem que isso custe passar por cima de outros.

Meu marido chegou a se questionar sobre a importância de ensinar ao meu filho a se defender melhor, ensinar que se alguém tirar dele é para ele pegar de volta, mas não precisou de mais do que 2 minutos para ele mesmo concluir que não é assim que se educa um cidadão de bem. Não podemos educar nossos filhos tendo como parâmetros a falta de valores de outros pais. Nossos filhos precisam ser educados com os nossos valores, entre eles o respeito ao próximo.

Mas tem uma coisa que podemos fazer (e fazemos), é manter um relacionamento somente cordial com essas pessoas, afinal se educam seus filhos sem limites, não quero que meus filhos sejam, enfim, as verdadeiras vítimas dessa história.

Sobre Monica Romeiro

Monica Romeiro é mamãe babona e apaixonada do Lucas - nascido em janeiro de 2011 - e da Larissa - nascida em julho de 2012 -, casada, publicitária por formação e empreendedora na Internet por paixão – paixão por criar, ler, escrever, pesquisar, colaborar, navegar, ajudar e compartilhar suas experiências. Escreve (sem papas na língua) sobre maternidade e dá dicas sobre empreendedorismo.

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Um comentário

  1. Luciere Pina

    Perfeito o post Mônica! !! Um bjo grande!

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