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Para que servem os hormônios do tratamento de fertilidade

Hoje vou explicar para que servem os hormônios do tratamento de fertilidade, um assunto que gera muita dúvida e de extrema importância.

Nós médicos tomamos muitas precauções antes de receitar um tratamento hormonal, porém principalmente no tratamento para engravidar, será necessário tomar hormônios. É de extrema importância que uma pessoa NUNCA se automedique com relação a medicações hormonais, elas podem ser muito perigosas quando tomadas sem acompanhamento médico.

Para que entender melhor como funciona cada hormônio durante o tratamento de reprodução humana vou esclarecer aqui cada um deles.

1) Medicamentos para ovular

Clomifeno:

Um hormônio anti-estrogênio, que se toma em forma de comprimidos durante cinco dias por mês.

Estimula a hipófise (uma glândula do cérebro) a produzir mais hormônio estimulador de folículos, que são as cápsulas que guardam os óvulos, para que se produzam óvulos quando a paciente pode não estar ovulando ou que se produza mais de um óvulo, geralmente dois ou três.

Alterações do estado de ânimo, pontadas no ventre, cefaleia, sufoco e, mais raramente alterações visuais (visão borrada ou de manchas). Não deve ser administrado por mais de seis ciclos porque certos estudos indicam que a longo prazo pode aumentar o risco de câncer de ovário.

Gonadotrofina:

Mais puro que o clomifeno, é um hormônio injetável

Permite controlar melhor a resposta da paciente conseguindo que os folículos para ciclos de inseminação artificial e para Fertilização in Vitro (FIV)

Como cada folículo produz estrogênios, se há vários folículos, cada vez existirá mais quantidade de estrogênio circulando no organismo, portanto, mais efeitos secundários. A injeção pode produzir um pequeno roxo transitório na zona onde foi aplicada a injeção. Outros efeitos secundários durante o tratamento são inchaço abdominal, sensibilidade e dor na mama, dor de cabeça e sensação de náusea.

Níveis elevados de estrogênios podem favorecer uma trombose, algo que é controlado pelo médico que acompanha o processo de estimulação hormonal.  Porém são raros os casos de hiperestimulação ovariana, pois os tratamentos hoje em dia são mais suaves, além de serem bastante controlados.


2) Medicamentos que controlam a ovulação: Agonistas e antagonistas hormonais

São hormônios injetáveis agonistas do GnRh (hormônio liberador da gonadotrofina) são os mais clássicos e requerem cerca de 20 dias de tratamento. Com os antagonistas de la GnRh é suficiente com cerca de três ou quatro injeções. Os resultados com um ou outro são similares.

Ambos bloqueiam a hipófise do cérebro e evitam que a mulher que está em tratamento e desenvolvendo vários folículos ovule de forma espontânea antes do momento que seja agendada a coleta dos óvulos.

Os agonistas podem provocar sufocos e reação na região onde a injeção foi aplicada. Estes hormônios não produzem tantos efeitos e requerem menos injeções, porém também podem ocasionalmente provocar incômodos na região.


3) Para amadurecer os óvulos: HCG

O hormônio estimulante para o amadurecimento dos óvulos é o responsável da hiperestimulação ovariana. É administrado através de injeção subcutânea.

Estimula o amadurecimento final dos óvulos, passo indispensável para a inseminação artificial ou para a punção dos óvulos que são coletados para o tratamento de FIV. HCG é o hormônio que se detecta no teste de gravidez, razão pela qual após esta injeção se for realizado um teste de gravidez o resultado seria positivo, mesmo que a mulher não esteja grávida.

Pode provocar a sensação de distensão abdominal e provocar inchaço das mãos, tornozelos, enjoo e inclusive afetar Puede provocar sensación de distensión abdominal y provocar hinchazón de manos o tobillos, náuseas o vómitos, cefaleas y una mayor emotividad.


4) Medicamentos de apoio à gravidez: Progesterona

É o hormônio que todas as mulheres geram depois de ovular até a menstruação. Pode ser administrado via vaginal, oral ou de forma injetável.

Geralmente indicado antes da inseminação ou transferência dos embriões até pelo menos a realização do teste de gravidez

Os sintomas que este hormônio pode provocar são similares aos relacionados à TPM: retenção de líquido, distensão mamária e dor abdominal, dor de cabeça, náusea e sonolência. A progesterona é o hormônio que mais altera a estabilidade emocional, independente de ter sido gerada naturalmente pela mulher durante seu ciclo menstrual, ser administrada durante o tratamento ou até mesmo a progesterona contida nos anticoncepcionais.


5) Conselhos do especialista sobre medicação hormonal:

  1. Peça ao seu ginecologista que te explique sobre o tratamento que está sendo indicado para você e o porquê da indicação.
  2. Consulte com o especialista em reprodução que efeitos você pode notar e até que ponto você pode manter sua rotina.
  3. Se o seu tratamento inclui a autoadministração de medicamentos injetáveis, não leve dúvidas para casa sobre como aplicar as injeções.
  4. Se você lê ou ouve falar de algum efeito colateral que não foi comentado na explicação do seu médico, entre em contato com a clínica para tirar dúvidas.
  5. Os analgésicos suaves, como por exemplo o paracetamol, pode ajudar a reduzir a dor de cabeça e incômodos abdominais. No entanto, evite anti-inflamatórios como o ibuprofeno que podem interferir na ovulação e implantação.
  6. Se mantiver sua mente ocupada, você evitará ficar excessivamente preocupada com os sintomas. Atividade física pode ser positiva, como por exemplo passear ao ar livre, nadar ou fazer pilates. Em contrapartida esportes de impacto não são recomendados, como por exemplo correr.
  7. Fale de suas preocupações e sensações com seu parceiro ou com alguém que confie. Compartilhar o que sente fará com que este processo seja mais fácil de levar.

6) Quais tratamentos usam hormônios?

Doação de óvulos e transferência de embriões congelados: ambos métodos utilizam estrogênios e progesterona. As doses costumam ser baixas.

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