Há alguns dias li uma matéria sobre resgatar a infância das crianças, e esse texto – que eu não encontro em lugar algum para linkar para vocês – me despertou uma série de sentimentos e até angústias sobre a forma com que criamos nossos filhos.
Ser criança é diferente de ter infância, afinal alguns pais estimulam desde cedo o aprendizado sistemático a fim de preparar as crianças para a vida adulta, mas será que isso realmente funciona, ou só está privando a criança de ter infância para se tornar um pequeno ser cheio de responsabilidades (tarefas, cursos extracurriculares, atividades, idiomas…)
Outro fator que me colocou para pensar é que, devido aos pais trabalharem fora, a criança precisa passar até 12 horas por dia na escolinha para que os pais consigam cumprir suas obrigações profissionais e suprir as necessidades financeiras da família. Mas e as obrigações com a família, quem irá passar os valores da família para a criança, os carinhos que facilmente são confundidos com presentes e as longas conversas em torno da mesa durante o almoço e jantar? Pois é, essas ficaram para segundo plano, muitas vezes não por vontade dos pais, mas porque a necessidade financeira obriga os dois pais a trabalharem em tempo integral. Injusto, não é mesmo? Parece um ciclo vicioso: trabalhar para ter dinheiro para não faltar nada para a família, porém abre mão da família para trabalhar e conseguir esse dinheiro.
No meu caso o Lucas (2 anos e meio) fica 4 horas por dia, mês que vem sobe para 5 para que eu possa fazer alguma atividade física. O limite? Não sei, mas certamente 12 horas é demais para mim – ou melhor, para meus filhos.
E seus filhos, passam quanto tempo na escolinha?
Monica Romeiro é mãe do Lucas e da Larissa e administradora do Almanaque dos Pais