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Dormir como um bebê

Obviamente quem inventou a máxima “dormir como um bebê” nunca teve filhos…

Vou contar uma história para vocês:

“Era uma vez, um jovem casal de médicos, que decidiu se mudar de cidade, cerca de sete meses após o nascimento de seu primeiro filho. Foram em busca de melhor qualidade de vida e melhores oportunidades profissionais; deixaram a cidade em que moravam, onde também moravam seus pais e recomeçaram a vida nessa nova cidade. Seu lindo bebezinho de sete meses de idade, que até então dormia sozinho em seu berço, começou a dar um certo trabalho para adormecer e quando menos se esperava… Lá estava ele dormindo na cama dos pais!”

Bem, como pediatra sempre aprendi que deixar a criança dormir na cama dos pais é uma coisas terrível, perigosa, pouco aconselhável… Mas como mãe, descobri que inúmeros motivos (quase sempre bem justificáveis) acabam fazendo com que a realidade seja bem diferente daquilo que preconizamos no consultório.

Não, eu não aconselho a prática da cama compartilhada de forma rotineira, mas também não condeno quem o faça. Acho que o mais importante é identificar os reais motivos que levaram o bebê para a cama dos pais: cansaço, desconhecimento sobre o sono dos bebês, facilidade para amamentar à noite, uma sensação de carência e desamparo que algumas mães sentem nos primeiros meses de vida do bebê e sejamos sinceros: é uma delícia dormir pertinho do seu bebezinho, tão quentinho, tão cheirosinho, tão protegido ao seu lado…

Outro aspecto fundamental diz respeito às expectativas daquela família em relação ao sono. O tempo passa, o bebezinho cresce, o espaço começa a ficar meio apertado… Sem contar a vida afetiva do casal. Li em algum lugar na internet que a criança vai para seu próprio quarto de forma natural, por vontade própria, quando não sente mais necessidade de dormir com os pais. Gostaria muito de saber quando isso acontece…

Continuando a história que eu estava contando no início do post:

“Lá estava ele dormindo na cama dos pais! Por um tempo, essa se mostrou uma excelente solução, porém, a qualidade de sono de todos se tornou péssima, mãe, pai e bebê. Até que com dois anos e meio mamãe e papai decidiram que era hora do pequeno dormir em sua própria cama. Já se prepararam para noites terríveis, muito choro e brigas, mas para surpresa geral… Não foi tão terrível quanto pensaram! A forma que planejaram a transição funcionou super bem, com algumas adaptações pelo meio do caminho, e em algumas noites, o pequeno Lucas já estava dormindo sozinho em sua própria cama, sem acordar na madrugada, sem chamar “mamãe” insistentemente às 3 horas da manhã, mas ainda mantendo seu mau humor matinal. FIM”.

Dois fatores foram decisivos para que essa história tivesse um final feliz, sem muitos sofrimentos. Em primeiro lugar, ter um plano para realizar a transição cama dos pais-própria cama e se ater ao plano. Você pode usar técnicas já conhecidas, procurar em livros, na internet ou você pode desenvolver seu próprio plano. O que você vai fazer não importa; o que realmente importa é a consistência das suas atitudes. Em segundo lugar, é preciso querer do fundo do coração que a criança realmente durma em sua própria cama. Porque, às vezes, a gente quer de forma consciente, mas inconscientemente a gente está sofrendo com essa separação na hora de dormir.

Adoro histórias com final feliz! Beijos e nos vemos no próximo post.

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