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Gravidez na adolescência

Há uma ocorrência muito significativa de casos de gravidez na adolescência.

Em um período de dez anos, o número de jovens entre 12 e 19 anos que se tornaram mães sofreu um aumento de 80%, ou seja, quase 18% de todas as gestantes brasileiras são adolescentes.

Porém a gravidez na adolescência merece atenção redobrada, a gestação nessa fase apresenta riscos que são muito menores quando a mulher é mais madura física e emocionalmente. Além disso, a gravidez na adolescência pode atrasar a vida acadêmica e outros sonhos e planos da nova mamãe.

As razões para a gravidez na adolescência vão muito além do ato sexual inconsequente, muitas adolescentes são vítimas de abuso sexual, falta de diálogo e apoio familiar, além das intensas mudanças psicológicas que podem afetar seu comportamento fazendo-a acreditar que sexo está relacionado à liberdade e quebra dos paradigmas sociais e familiares.

Uma pesquisa do Hospital das Clínicas em São Paulo aponta que 25% das adolescentes planejaram a gestação.

Gravidez na adolescência é considerada de alto risco

Mas, afinal, quais são os riscos de ter um filho durante a adolescência?

  • as chances de a futura mãe ser vítima de hipertensão durante a gravidez são cinco vezes maiores quando ela é adolescente;
  • a criança pode nascer abaixo do peso normal e, por isso, ter dificuldades para se desenvolver;
  • o risco de a gestante contrair anemia também é muito maior quando ela é uma adolescente;
  • normalmente é preciso fazer cesárea porque a mãe não consegue entrar em trabalho de parto com facilidade;
  • perigo maior de o bebê nascer prematuro

E, além de tudo isso, ainda existem todos os transtornos psicológicos que uma menina enfrenta quando engravida na adolescência, principalmente porque, na maioria dos casos, a gravidez não foi planejada.

Ela precisa se identificar como mãe e assumir esse papel rápida e repentinamente, no entanto, ainda está enfrentando todos os dramas naturais da adolescência.

O pai do bebê também precisa assumir suas responsabilidades

Tudo isso se torna ainda mais complicado quando o pai da criança não assume a responsabilidade, ou a assume apenas para sinalizar e se orgulhar da sua própria masculinidade, e não com a consciência de que está tendo um filho e de que isso não é algo passageiro.

O pai precisa ter postura de pai, até porque, ainda que a sociedade esteja mais receptiva e não se escandalize tanto com a gravidez na adolescência, há famílias que não dão apoio e suporte para suas filhas, consequentemente, essa adolescente que está prestes a ter um filho acaba se sentindo desamparada, confusa e com todos aqueles riscos fisiológicos já citados.

Cuidados com a adolescente grávida

Uma vez que a adolescente engravidou, é fundamental que se faça o pré-natal o quanto antes. Um médico especializado acompanhará o desenvolvimento da criança e também da futura mãe, podendo contornar qualquer imprevisto que apareça.

A gravidez na adolescência traz uma série de riscos, se a futura mãe não for submetida ao acompanhamento médico adequado, pode ser vítima de algum mal (como a anemia ou a hipertensão) com mais facilidade.

Portanto, essas adolescentes gestantes precisam ser incentivadas a dar início ao pré-natal assim que descobrem a gravidez, continuando com ele até o nascimento da criança.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos esses serviços gratuitamente, por isso, a adolescente precisa ser orientada a procurar um posto de saúde, tentando garantir a saúde dela mesma e do bebê.

A gestante também precisa adotar uma alimentação mais saudável, o que não é muito comum entre adolescentes. É preciso investir em alimentos ricos do ponto de vista nutricional, tanto por ela quanto pelo bebê que vai nascer.

Apoio emocional

A adolescência é considerada a mais complexa fase da vida, um período de dúvidas, incertezas, mudanças corporais e marcado por pressões sociais para o ingresso em uma universidade e mercado de trabalho, tudo isso sem falar do fator financeiro.

Ao deparar com um “positivo” em seu teste de gravidez a adolescente também precisará lidar física e emocionalmente com a gestação, além de tratar o assunto com familiares, amigos, com o pai do bebê, e receber muitos olhares de compaixão e rejeição até mesmo de desconhecidos.

O apoio emocional é extremamente importante para que a adolescente grávida possa lidar com essa nova situação da melhor maneira possível.

Escola, projetos para o futuro, planos de viagens, passeios e até mesmo planejamento financeiro precisam ser revistos para que a adolescente assuma a responsabilidade materna, um comportamento maduro e crie novas perspectivas para seu futuro.

Quando a gravidez na adolescência é acompanhada de rejeições, falta de preparo emocional, baixa autoestima da jovem e inseguranças, a incidência da depressão pós-parto é muito alta.

A ajuda de um profissional para aprender a lidar com essa situação é importante para a gestante, pai do bebê e família. Um psicólogo, ou mesmo um assistente social poderá orientar e dar todo o apoio e orientações necessárias para que a família possa se estruturar para a chegada do bebê.

Adolescente e mãe exemplar

Existem inúmeros casos de gravidez na adolescência que geraram não só bebês saudáveis e felizes, como mães responsáveis e dedicadas. Essa história é ainda mais comum quando a adolescente grávida recebe apoio do pai da criança e dos familiares.

Orgulhar-se de gerar uma nova vida, refletir e aceitar as mudanças em seus planos para o futuro, não abandonar estudos e planos de carreira, porém adaptá-los para que o filho receba seus cuidados e atenção, além de poder contar com apoio familiar, são fatores que influenciam para o sucesso dessa história, tanto para a nova mamãe, quanto para o bebê que está para chegar.

Nem sempre o sucesso dessa história está relacionado à união matrimonial dos pais do bebê, quando ambos são jovens a probabilidade dessa união fracassar é ainda mais alta, pois o casal precisa de maturidade para lidar com seus próprios conflitos que serão intensificados com o cansaço e expectativas da chegada e criação do bebê.

O casamento é outro assunto, e deve ser tratado com calma e cuidado para não ser confundido ou misturado com a gravidez.

Prevenção

Prevenir a gravidez na adolescência continua sendo a melhor maneira de tratar essa situação. As opções de métodos contraceptivos são muitas, como a camisinha – que também previne doenças sexualmente transmissíveis (DST) -, pílula anticoncepcional, injeção de hormônios, DIU e muitos outros. As adolescentes precisam ser orientadas pelas famílias e escolas sobre todos os riscos que uma gravidez na adolescência proporciona e às consequências de interromper os estudos nesse momento para se dedicar à maternidade.

Para saber o método anticoncepcional adequado, a adolescente deve ser examinada por um ginecologista, que prescreverá o melhor para a paciente, de acordo com sua idade, rotina e necessidades.

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Conteúdo escrito originalmente em 31/12/2014 e atualizado em 02/08/2017

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