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Amamentação: o que a Fonoaudiologia tem a ver com isso?

A maternidade, fase em que tudo passa a ter um novo sentido e com ela também se dá a amamentação, momento em que se estreitam os laços entre mães e filhos e que se torna um momento muito especial.

Foto: Reprodução www.communitytable.parade.com

Mas qual a relação da fonoaudiologia com a amamentação? Muita gente me pergunta: o que você, como fonoaudióloga  pode fazer pelas mães e bebês com dificuldades para amamentar? A fonoaudiologia pode ajudar muito na maternidade ou depois que a família já está em casa. Na maternidade, o fonoaudiólogo normalmente compõe a equipe multidisciplinar que assiste mães e bebês nos primeiros dias e pode ajudar encontrando posições confortáveis durante a mamada, ajustando a pega e permitindo, dessa forma, uma boa ordenha do seio, além de evitar fissuras e mamadas ineficientes.

Além disso, para os bebês com dificuldades, o fonoaudiólogo com experiência na área neonatal é o profissional mais habilitado na avaliação do sistema motor oral do bebê (língua, lábios, palato, bochecha, sucção nutritiva e não nutritiva, etc.) – o que permite a identificação precoce de possíveis padrões alterados. Dessa forma, junto à mãe, pode-se planejar estratégias e propor exercícios que favoreçam a adequação desses padrões.

A fonoaudióloga também é a profissional responsável por realizar o teste da linguinha, que verifica se o bebê tem a língua presa. É um exame feito no recém-nascido para identificar alterações no frênulo, uma pequena membrana que fica embaixo da língua e a conecta com o assoalho da boca. No caso dos recém-nascidos, a amamentação pode ser prejudicada, já que afeta a sucção e tem sido uma das maiores causas do desmame precoce.

A amamentação e o desenvolvimento da fala

O aleitamento materno também fortalece os músculos dos lábios, boca e língua, preparando esses órgãos para o aprendizado da fala. Durante o processo de sugar o leite, a mandíbula do bebê está retraída em relação à maxila e a língua encontra-se alargada. Os movimentos de rebaixamento e elevação concomitantes durante a sucção provocarão impulsos de crescimento ósseo mandibular. Este crescimento incidi na diminuição da relação distal com a maxila, favorecendo um correto posicionamento das gengivas para a erupção dos dentes.

É este processo gradativo que vai proporcionar o vedamento labial e uma postura adequada da língua.  Se o processo não se der adequadamente e se prolongarem por muito tempo, podem trazer danos na área fonoarticulatória. A língua fica em padrão anteriorizado, entre os dentes, deformando a arcada dentária, alterando a produção dos fonemas /s/, /z/, /t/, /d/, /n/ e /l/ (que podem estar sendo emitidos com a língua protruída).

Portanto, a exercitação da sucção natural é um processo que contribui para o desenvolvimento da mandíbula, favorecendo o crescimento facial, bem como a musculatura orofacial estará maturando para adquirir força para mastigar e triturar sólidos, além de apresentar mobilidade de língua dentro da cavidade oral, propiciando um tono muscular adequado que influenciará positivamente na aquisição dos sons da fala.

As crianças que não mamam no peito também não terão suas necessidades de sucção satisfeitas, levando muitas vezes aos hábitos viciosos como sugar dedo(s) ou chupeta.

Aqui vão algumas dicas para que a amamentação ocorra com prazer e afeto

 

Dados: Segundo a Unicef, Amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir 22% a mortalidade neonatal – aquela que acontece até o 28º dia de vida – nos países em desenvolvimento. No Brasil, do total de mortes de crianças com menos de 1 ano, 69,3% ocorrem no período neonatal e 52,6%, na primeira semana de vida.

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