Antes de me tornar mãe eu não imaginava que passaria boa parte do meu tempo livre brincando com meus filhotes de cabaninha com lençóis e lanternas para dar um clima de acampamento no meio da sala, esconde-esconde, pega-pega e qualquer outra brincadeira divertida onde a imaginação pudesse nos levar.
Realmente a maternidade me levou de volta para a infância, me permito pensar longe tentando acompanhar a imaginação do meu filho que tem quase 3 anos – claro que ele me supera e muito, a criatividade das crianças é impressionante.
Com minha filhota de 1 ano e 5 meses eu brinco de boneca, não só com as bonecas dela, mas com ela sendo minha boneca também. Escolho roupinhas bacanas, faço conjuntinhos diferentes, combino com a meia, o sapato, o enfeite do cabelo e fico na expectativa do dia em que ela poderá usar pulseiras. Tudo é finalizado com um desfile: coloco a Larissa no chão para admirar aquela bonequinha linda andando. É tão gostoso, tão mágico, tão indescritível….
Outra parte da minha infância que revivo quase todos os dias são as músicas. Os palhaços Patati e Patatá lançaram um DVD com uma coletânea dos sucessos antigos. É um festival de músicas do Balão Mágico, Trem da Alegria e outras “turmas” que eu canto feliz da vida, mesmo que 200 vezes por dia e, como eu já disse antes, quase todos os dias. É uma delícia quando minha pequena e eu ficamos dançando no tapete da sala, pulando, girando, balançando os braços e rindo.
Mas de repente sou surpreendida com um xixi no meio da sala do meu garoto que está desfraldando, um pedido por lanchinho ou suco, uma cabeça que bate no chão, um empurrão na irmã que pisou do pé do irmão e lá se vai minha infância mais uma vez, é hora de eu voltar a ser a mamãe, a educadora, a cozinheira, a faxineira, a enfermeira, a psicóloga, a mulher que meus pequenos tanto confiam e disputam.
E está tudo bem, na verdade está tudo ótimo! Eu sempre pensei que ser mãe significava crescer ainda mais, me tornar uma mulher mais responsável, madura, segura… hoje eu sei que ser mãe não é bem assim, ou melhor, é tudo isso sim e muito mais!
Ser mãe está além de todas as responsabilidades de educar e amar seus filhos, ser mãe também é ser criança de vez em quando, é cantar alegremente Galinha Pintadinha no meio do supermercado para ganhar um sorriso do filhote. Ser mãe é ser leve, se deixar levar pela alegria dos filhos e ajudar a fazer uma senhora bagunça no meio da sala com mil brinquedos, almofadas, cadeiras viradas e biscoitos caídos, aquela mesmo que você sempre reclama quando precisa arrumar.
Definitivamente, sou uma mãe realizada e uma criança extremamente feliz!
Monica Romeiro é mãe do Lucas e da Larissa e administradora do Almanaque dos Pais