Como cuidar do estado emocional em tratamentos de infertilidade

Planejar ter filhos e não conseguir gera muita ansiedade. Independente de ser ou não fértil o casal que deseja engravidar e não consegue nos primeiros meses começa a sentir certa insegurança. A insegurança se multiplica ao receber o diagnóstico de infertilidade, que deve ser acompanhado da tomada de decisão sobre iniciar tratamento ou não. Um momento sem dúvidas difícil na vida do casal, que deverá aprender como cuidar do estado emocional em tratamentos de infertilidade com muito diálogo, reflexão e apoio mútuo

A decisão tomada terá um impacto e consequências psicológicas, além de sociais na vida do casal. Caso decidam procurar ajuda através dos tratamentos de reprodução assistida, deverão preparar-se psicologicamente para um processo onde as reações e o estado emocional do casal não permanecerão iguais, pois vão se modificando na medida em que sucedem os diferentes períodos do tratamento. Esta mudança constante de sentimentos gera um desgaste emocional que pode afetar a relação.

Segundo Vívian Volkmer Pontes, doutora em psicologia e psicóloga colaboradora do IVI Salvador: “Cada início representa um começo e cada insucesso, um final. Em geral os casais chegam às clínicas com expectativas positivas, acreditam que serão os felizardos e ficarão logo grávidos. Estas primeiras sensações positivas, são seguidas por preocupações enquanto esperam os resultados. Se a gravidez não chega logo na primeira tentativa, os pacientes assumem com maior ou menor angústia, sabendo que era algo que poderia acontecer. Durante o tratamento de fertilidade a esperança é ameaçada por emoções negativas baseadas na incerteza, o que influencia e modifica as expectativas e a forma de enfrentar a pressão que sofrem”.

Apesar de 85% dos casos de infertilidade ter solução, o estresse ligado ao tratamento é sempre alto. Por isto, é preciso utilizar técnicas para viver este processo da forma mais saudável e tranquila possível; o apoio de um psicólogo pode ajudar a lidar com a situação.

Dicas para cuidar do estado emocional em tratamentos de infertilidade:

casal

1.    Aceite a situação:

Às vezes a gravidez demora mais do que gostaríamos. Aceite com naturalidade as emoções que possam surgir, sem sentir culpa por isto.

2.    Cuide de outros aspectos da sua vida pessoal:

Não deixe para trás outros projetos que gosta e te fazem sentir bem. Se necessário, dê um tempo e descanse antes de começar um novo tratamento, isto ajudará a recarregar as energias.

3.    Olhe para frente com atitude positiva:

Fuja dos pensamentos negativos e enfrente teu sonho com alegria. As chances acumuladas de gravidez aumentam com as tentativas; consulte os resultados clínicos da clínica onde faz tratamento. Lembre-se: 85% dos casos de infertilidade têm solução.

4.    Conte com o apoio de seu/sua parceiro(a):

Cuidar emocionalmente um do outro é fundamental para não abandonar o tratamento. Isto implica manter uma atitude de escuta emocional, de tolerância e de compreensão. Ajudar-se mutuamente, não culpar-se e dividir a carga são atitudes muito benéficas.

5.    Procure apoio psicológico:

Está demonstrado que o apoio psicológico melhora o ajuste emocional dos pacientes em tratamento, resultando em um menor índice de abandono e uma maior taxa de nascimentos saudáveis.

Além disso, um estudo da universidade de Ohio publicado recentemente pelo jornal Human Reproduction revela que mulheres com altos níveis de estresse têm 29% menos chance de engravidar a cada mês. Também existem vários estudos sobre a influência do componente psicológico na infertilidade, resultante da ação do estresse nos níveis hormonais. Portanto, vale a pena estar atento ao seu estado emocional.

Sobre Dra. Silvana Chedid

Dra. Silvana Chedid (CRM 57672) é especialista em Reprodução Humana pelo Center for Reproductive Medicine da Universidade de Bruxelas (Bélgica). Por 15 anos dirigiu o CEPERH (Centro de Endoscopia Pélvica e Reprodução Humana do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo) e por 10 anos sua clínica própria, que foi incorporada ao grupo espanhol de medicina reprodutiva IVI em 2012. www.ivi.net.br

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