No outro lado da sala de parto

Quem acompanha minha coluna aqui no Almanaque dos pais já sabe que tenho 2 filhos. O Lucas que tem 3 anos e meio e a Larissa que completará 2 anos em julho.

Antes de me tornar mãe eu fazia parte do time que não pegava bebezinhos no colo por medo de derrubar ou machucar, também não trocava fraldas ou dava comida por me considerar desajeitada. Mesmo assim sempre tive convicção de que queria me tornar mãe um dia, mas isso é assunto para outro post 😉

Eu, até dia 18 de maio, nunca havia estado em uma maternidade para aguardar o nascimento de algum bebê (que não fossem os meus filhos, claro!), ou seja, ouvia relatos de como é ficar do lado de fora da sala de parto, mas nunca tinha vivido isso na pele.

Estar na sala de parto, e no meu caso que foram duas cesarianas, é estar tensa, ansiosa, com medo de alguma coisa dar errado, com medo do pós operatório e, quando ouve o chorinho do seu bebê, todas essas preocupações desaparecerem e uma sensação maravilhosa toma todo seu corpo ao mesmo tempo que seu coração parece se expandir para caber tanto amor que você nem imaginava existir.

Após esse momento mágico, é hora de levar seu bebê para longe enquanto a sutura é finalizada e, então, você é levada para uma sala de recuperação para passar as mais longas horas da sua vida! São cerca de 2 horas de observação até que seus movimentos e sensibilidade voltem. Não posso dizer por outras mães, mas comigo foi tão difícil ficar longe dos meus filhos que eu não conseguia relaxar. As enfermeiras pedem para você descansar, tentar dormir, mas meus olhos mal piscavam olhando o ponteiro de segundos do relógio correr aquele círculo incontáveis vezes até que eu pudesse finalmente ir para o quarto e ter meu bebezinho em meus braços.
cegonha (570x271)Mas agora eu estava do outro lado da sala de parto, aguardando alguém aparecer dizendo que minha sobrinha nasceu linda e forte… tic, tac, tic, tac… a ansiedade era enorme e finalmente chegou a melhor notícia de todas já sincronizada com a chegada dela na sala dos bebês, aquela com parede de vidro. Que linda! A família em festa do lado de cá, chorando de alegria, enquanto a pequena mexia seus bracinhos e perninhas explorando esse novo ambiente cheio de ar ao invés de água.

E aquela linda menina ficou naquela sala durante todo aquele tempo em que a mãe está em recuperação contando os minutos para ter sua filha… nós podíamos paquerá-la de longe sempre que desse vontade (e o novo papai fazia isso o tempo todo, como se sempre tivesse ela em seus braços e pela primeira vez estivessem separados por uma parede de vidro). Quando ela chorava ficávamos com aquela sensação de querer passar através do vidro e dar colo para a pequena. “Não deixa ela chorar não enfermeira, dá ela aqui pra mim”, era o que meu coração dizia, mas minha boca se continha para não causar nenhum constrangimento.

Então me dei conta que a ansiedade do outro lado da sala de parto também é enorme, de um jeito diferente, mas nem por isso fácil. O segredo para lidar com ela continua sendo a tal da paciência.

E os minutos se passaram, depois as duas horas e, finalmente, a mais nova mamãe da família estava em seu quarto aguardando a chegada de sua linda princesa. Quando ela entrou no quarto em seu bercinho de acrílico toda a ansiedade sumiu como em um passe de mágica. Naquele quarto só existia felicidade, amor, união e paz, e que assim seja para sempre.

Bem vinda ao mundo minha amada sobrinha Luisa.

Sobre Monica Romeiro

Monica Romeiro é mamãe babona e apaixonada do Lucas - nascido em janeiro de 2011 - e da Larissa - nascida em julho de 2012 -, casada, publicitária por formação e empreendedora na Internet por paixão – paixão por criar, ler, escrever, pesquisar, colaborar, navegar, ajudar e compartilhar suas experiências. Escreve (sem papas na língua) sobre maternidade e dá dicas sobre empreendedorismo.

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Um comentário

  1. anete guisard

    cada letrinha, vão formando palavras que vem expressar o que a alma sente. Parabéns Monica, por ter este
    dom divino e fazer com maestria a magia de sentir que também estamos ali neste momento tão sublime
    .

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