Curetagem: o que é, riscos e quando é necessária

O que é curetagem?

A curetagem é um procedimento cirúrgico realizado para fazer a retirada de restos abortivos que não foram expelidos naturalmente. Este procedimento invasivo é realizado sob anestesia quando após aproximadamente 3 semanas que ocorreu o aborto ainda existam vestígios do feto ou da placenta, não sendo um procedimento requerido para todos os abortos, muito pelo contrário, deve ser realizado somente quando necessário.

Sempre que possível, existe uma preferência de realizar a aspiração por vácuo no lugar da curetagem, pois é uma alternativa menos dolorosa e arriscada, tanto por diminuir o risco de prejuízos ao útero como perfuração ou aderências uterinas como por permitir alta hospitalar precoce e melhor recuperação.

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Foto: Claudia Salazar

Sintomas que indicam a necessidade de curetagem

Diante do quadro de abortamento, o ginecologista poderá acompanhar através de ultrassonografia transvaginal se todo o material fetal foi expulso do útero. Caso isto não tenha ocorrido naturalmente, procederá ao esvaziamento uterino. Em casos extremos, serão sintomas de hemorragia e dor que levarão a mulher ao pronto socorro para um atendimento de emergência onde pode ser que a decisão da curetagem seja tomada imediatamente. Caso a paciente além de dor e sangramento tenha febre, é um sinal de infecção e elevação do risco.

Riscos da curetagem

Os principais riscos da curetagem são:

  • hemorragia;
  • infecção;
  • lesões;
  • perfuração uterina.

 

Curetagem afeta a fertilidade?

A curetagem, se feita corretamente não afeta as chances de engravidar novamente. No entanto, este procedimento implica em risco de lesões uterinas, algo minimizado quando o procedimento é feito através de aspiração. Para uma completa recuperação, é estimado um período de 3 a 6 meses de espera, porém a recomendação ideal sobre quando a mulher está liberada para uma nova gestação é feita de forma personalizada após ultrassonografia.

Além de preocupar-se se a curetagem provocou alguma lesão, é preciso investigar o que pode ter provocado a perda gestacional para evitar que o mesmo problema se repita. A melhor opção será uma análise dos restos abortivos com o estudo anátomo-patológico e o cariótipo ou POC (estudo genético de restos fetais), as principais vantagens do último em comparação com o cariótipo são fiabilidade dos resultados e descartar a contaminação materna nos resultados da análise genética.

Caso não tenha sido possível colher material abortivo, é recomendável que a mulher passe por uma revisão detalhada de seu aparelho reprodutor, sistema hormonal, imunológico, além de análise genética (em determinadas situações) antes de tentar engravidar novamente. Também existe a possibilidade de abortos ocorrerem devido a causas genéticas masculinas, algo que deve ser considerado pelo especialista que acompanhe a paciente.

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Sobre Dra. Genevieve Coelho

Dra. Genevieve Coelho é ginecologista especialista em reprodução humana pelo Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI), na Espanha, e especialista em vídeo cirurgia pelo Instituto São Rafael em Milão, Itália. Dirige o IVI Salvador desde sua fundação em 2009. www.ivi.net.br (71) 3014 9999

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2 comentários

  1. Oi.eu tive uma gravidez abrionaria agora tenho que fazer um curetagem.Isso vai prejudicar de engravidar de novo?

    • Olá Maiara, inicialmente não teria problemas de engravidar novamente após um curetagem bem feita. Se as causas da perda gestacional ainda não estão totalmente claras, converse com seu especialista para fazer uma análise do material de aborto após curetagem através do teste POC. Através deste teste podem ser identificadas causas genéticas de origem masculina, feminina ou de desenvolvimento do embrião.

      Te desejo sorte no procedimento e muita força! Estaremos torcendo por você!

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