Fiz duas cesáreas e isso não me torna uma pessoa pior ou melhor

Tenho lido uma enxurrada de posts, notícias e comentários que denigrem as mães que realizaram cesárea, as julgam como criminosas sem avaliar as razões que as levaram a esse tipo de parto: influência de terceiros, saúde, motivos emocionais ou por convicção.

Calma lá pessoal, alguém aí já parou para pensar que nenhuma mulher que ama seus filhos é capaz de optar por um parto que pode fazer mal a ele? E desde quando cesárea é crime? Desde quando o tipo de parto define o tipo de mãe que você é?

Não importam as razões que levaram a mulher ou o médico a optarem pela cesárea, o tipo de parto não influencia de forma alguma na qualidade da mãe, não é o tipo de parto que lhe tornará melhor ou pior do que qualquer outra mãe e, acredite, o tipo de parto não é diretamente proporcional ao quanto você ama, cuida, educa ou se dedica ao seu bebê.

Eu, particularmente, sou fã do parto normal humanizado, ou seja, o parto em que o bebê sai pela vagina, porém permite o uso de anestésicos ou indutores para que, em alguns casos, o parto não seja uma experiência traumática. Acredito que o “parto vaginal” seja o melhor para mãe e bebê por muitas razões, entre elas por conta da estimulação natural para o aleitamento materno, recuperação da mãe, entre outros motivos que dariam outro post.

Se me perguntarem o que acham de mulheres que optam por parto cesáreo por medo ou qualquer outra razão não médica, minha resposta é simples: É a escolha dela e eu respeito, assim como respeito quem gosta de rosa, azul, verde ou roxo, mesmo minha cor preferida sendo vermelho.

Para mim o parto normal, infelizmente, não foi possível, após uma semana com contrações cada vez mais frequentes e um dia inteiro com contrações que chegaram a intervalos de 4 minutos e nada de dilatação, elas simplesmente pararam e meu bebê quase não se mexia mais. Foi então que meu médico me falou:

– Monica, chegamos a um momento em que o médico é quem decide o melhor para sua paciente e, neste momento, a escolha do parto não é mais uma decisão sua. Meu objetivo é entregar uma criança saudável para uma mãe saudável e, conforme os exames, o seu filho começará a entrar em sofrimento fetal, em uma escala de 0 a 10 a sua chance de um parto normal é de 0. Vamos realizar uma cesariana.

Claro que fiquei chateada, não era o que eu havia planejado durante toda a gestação e eu já havia sido “influenciada” por tantos posts que condenavam as mães que recorriam à cesárea. E foi refletindo sobre minha impossibilidade para o parto normal ( -Por que comigo??) que eu caí na real, o que importa é que eu esteja saudável para receber meu filho saudável, exatamente como meu médico disse. Eu tento parto normal na próxima.

 

Nascimento do meu primogênito Lucas (janeiro de 2011)
Nascimento do Lucas (janeiro de 2011)

O parto foi um sucesso, minha recuperação também foi ótima, amamentei, meu filho estava hiper saudável e com 9 meses (ainda mamando no peito) engravidei novamente. Em minha primeira consulta pré-natal o meu obstetra e maior incentivador do parto normal já me avisou: – Já sabe que terá outra cesárea, neh? O intervalo interpartal é muito curto para arriscarmos um parto normal.

E meu segundo parto foi cesáreo novamente, com zero de dilatação e muito mais tranquilidade, afinal eu não sou melhor ou pior do que outras mães, mas sou a melhor mãe que posso ser, assim como você.

Sobre Monica Romeiro

Monica Romeiro é mamãe babona e apaixonada do Lucas - nascido em janeiro de 2011 - e da Larissa - nascida em julho de 2012 -, casada, publicitária por formação e empreendedora na Internet por paixão – paixão por criar, ler, escrever, pesquisar, colaborar, navegar, ajudar e compartilhar suas experiências. Escreve (sem papas na língua) sobre maternidade e dá dicas sobre empreendedorismo.

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