Fluorese Dentária

O flúor é um elemento muito importante no controle da doença cárie, porém a ingestão em quantidades acima da recomendada pode causar intoxicação aguda ou crônica.

A fluorose dentária é uma consequência do excesso de ingestão de flúor de forma crônica durante o desenvolvimento dos dentes. As alterações nos dentes afetados são simétricas, e por isso, os dentes formados no mesmo período possuem alterações semelhantes e estão diretamente relacionadas à dose ingerida, ou seja, quanto maior a dose de flúor, maiores serão as alterações da estrutura do dente.

Além da dosagem de flúor, outros fatores interferem na severidade da doença: baixo peso corporal, taxa de crescimento esquelético e períodos de remodelamento ósseo constituem-se fases de maior absorção do flúor; estado nutricional, altitude e alterações da atividade renal e da homeostase do cálcio (controle do cálcio plasmático) também são fatores relevantes.

Quais os sinais da fluorese dentária?

Nos graus mais leves, caracteriza-se pelo aparecimento de manchas ou linhas brancas ao longo do dente. Nos casos mais graves, apresenta coloração acastanhada pela deposição de íons exógenos: ferro e cobre, no esmalte que se apresenta poroso, podendo haver perda de estrutura dental; e nestes casos, torna-se mais fácil de desgastar fisiológicamente, sendo necessário fazer restauração.

fluorose dentaria

Fluorose opaca = pigmentação acinzentada ou opacidade difusa, normalmente de profundidade superficial e efetivamente tratadas com técnica de microabrasão no consultório odontológico.

Fluorose simples = manchas brancas ou acastanhadas, não tão superficiais quanto na fluorose simples, esmalte liso e sem defeitos superficiais.

Fluorose combinada com porosidade = alteração da superfície do esmalte que pode adquirir diferentes formas (rugosidades).

Qual a causa da fluorese dentária?

Atualmente, a principal causa é a ingestão de produtos fluoretados em locais que existe água fluoretada, sendo mais comum a ingestão de pasta de dente com flúor em sua composição.

Ainda existem outras fontes de flúor, como os comprimidos, gotas, enxaguatórios bucais, alimentos e bebidas, fórmulas infantis, principalmente contendo soja.

Durante a gravidez, devo ingerir suplementos de flúor?

Não é necessário ingerir suplementos de flúor, pois sabe-se que a principal ação preventiva é a tópica, ou seja, a que se dá pelo contato do flúor na boca com os dentes. Além disso, na gestante que ingere água fluoretada, o flúor passa para o bebê através da placenta.

Dentes de leite podem ter fluorose?

A fluorose em dentes decíduos possui características semelhantes às da fluorose em dentes permanentes, mas não é comum, pois só pode ocorrer nos dentes cuja mineralização  se dá após o nascimento. Ao nascimento do bebê as coroas dos dentes incisivos centrais superiores e inferiores, por exemplo, já estão formadas. A porção dentária formada na vida intra-uterina (durante a gestação), mesmo que a gestante ingerisse ligeiro excesso de flúor, receberia proteção da placenta, que é uma barreira semipermeável que deixa passar apenas uma parte do flúor circulante.

Quando ocorre fluorose nos dentes de leite, os permanentes também serão acometidos?

A fluorose não passa de uma dentição para outra, pois ela ocorre durante o período de formação dos dentes, e dentes de leite e permanentes se formam em épocas diferentes. Mesmo na dentição permanente ela pode afetar alguns dentes e não afetar outros, ou ainda afetar dentes diferentes com grau de severidade diversos. Tudo depende da época que ocorreu o excesso de ingestão e da época de formação dos dentes. O período de maior risco para a ocorrência de fluorose é até os 6 anos de idade, quando estão se formando as coroas dos dentes anteriores, pois o maior problema da fluorose está relacionado à estética.

Como prevenir?

A partir de um ano e meio até por volta dos três anos de idade, a ingestão de excesso de flúor tem maior risco de causar fluorose nos dentes permanentes anteriores (da frente). Mas até os 06 anos de idade as coroas dos outros dentes ainda estão se formando, por isso ainda há risco para a ocorrência de fluorose.

Como até os 06 anos de idade as crianças ainda não sabem controlar a deglutição e nem cuspir adequadamente, acabam ingerindo o flúor presente no creme dental. Para evitar a ingestão de flúor os responsáveis devem utilizar uma quantidade mínima de creme dental na escova de dente (tamanho de um grão de ervilha) e sempre supervisionar a escovação das crianças.

Uma opção mais segura é usar creme dental sem flúor e fazer aplicação de flúor no consultório com o dentista.

Pelo mesmo motivo, enxaguatórios contendo flúor não são indicados para crianças que ainda não têm controle adequado da deglutição.

Qual o tratamento?

A maioria dos casos observados atualmente é de fluorose muito leve ou leve, em que as manchas brancas ficam disfarçadas quando o dente está úmido, não sendo necessário realizar tratamento; se o paciente estiver insatisfeito com a estética e quiser melhorá-la, existem algumas técnicas disponíveis, como a microabrasão (desgaste) da superfície dental, o clareamento dentário e as técnicas restauradoras tradicionais, recomendadas para os casos mais severos.

Vantagens do flúor:

– Fortalecimento do esmalte do dente, inibindo a desmineralização que é o enfraquecimento do dente que começa superficialmente podendo se aprofundar;

 

– Diminuição do número e do potencial de microorganismos bucais como o causador da cárie ( streptococcus mutans);

– Favorecimento da remineralização que é um dente enfraquecido retomando sua resistência. Nunca esquecendo da importância da visita ao dentista à cada 6 meses, pois ele quem irá orientar à respeito desta prevenção, ainda temos a aplicação de selantes como prevenção. O paciente precisa saber se ele tem alto ou baixo risco de cárie, qual seria a melhor forma da utilização do flúor, uso do selante ou ainda se precisa fazer restauração do dente.

O essencial é realizar uma higiene adequada e uma dieta saudável.

Considerando o equilíbrio entre os riscos e benefícios do uso dos dentifrícios fluoretados na população, é possível confirmar que uma pequena quantidade de fluoreto deve ser utilizada para que se tenha o efeito anticárie desejado, sem ultrapassar o limite de segurança do risco de fluorose que comprometa as questões estéticas

Sobre Dra. Taila Billa

Dra. Taila Billa é dentista especialista em ortodontia com aperfeiçoamento em cirurgia bucal. Atende em consultório próprio na cidade de Taubaté - SP. Contato: (12) 3026-8789.

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