Papai Noel existe?

O Natal está chegando e, com ele, também vem toda a empolgação das crianças pela chegada do Papai Noel. Na escola, nas lojas ou na rua, tudo remete à figura do Bom Velhinho, que não se esquece de ninguém. Mas, mesmo sabendo que esse personagem faz um monte de criança feliz, de vez em quando bate aquela dúvida se é correto alimentar essa fantasia. Devemos deixar nossos filhos acreditarem em um personagem inventado, que mais tarde será desmascarado? A fantasia e a imaginação fazem parte das fases do desenvolvimento infantil, e é por meio delas que a criança começa a entender e a se relacionar com o mundo.

Quem convive com crianças pequenas já sabe: elas realmente acreditam que Papai Noel existe. A cada ida ao shopping, juram que encontraram com o autêntico Bom Velhinho. Mas, aos poucos, com o passar da idade, começam a surgir alguns rumores que colocam toda essa fantasia a perder: “meu irmão me disse que Papai Noel não existe”. E nós, pais, nos sentimos culpados, ficamos mal na história, afinal, deixamos nossos filhos acreditarem nesta mentira. Mas não é bem assim, essa mentira faz bem.

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Através da figura do Papai Noel, as crianças embarcam em um mundo de fantasia e entram em contato com valores fundamentais para seu desenvolvimento. Nesta fase, elas começam a diferenciar coisas boas e ruins, aprendem a controlar suas emoções, como, por exemplo, sua ansiedade e acham soluções para seus conflitos.

O Papai Noel exerce um papel importante na formação infantil. Acreditar nessas fantasias e, mais tarde, descobrir a verdade, faz parte de um processo de encantamento e amadurecimento. Por causa desses personagens, e até mesmo de outros personagens que permeiam as histórias infantis, como os três porquinhos, o lobo mau e as princesas, as crianças passam a entender certas regras sociais e estruturas do funcionamento da nossa sociedade que estarão presentes durante toda sua vida.

E como lidar com o fim da fantasia? Cada vez mais, os pais têm estabelecido relações horizontais com seus filhos. Nós conversamos mais com eles do que nossos avós conversavam com nossos pais. Por isso, nos sentimos culpados em deixá-los acreditar em mentiras. Mas, não se preocupe. No momento em que eles entenderem que, desde o início, quem dava o presente era você, ou outras pessoas do círculo familiar, as crianças vão compreender naturalmente valores ligados ao afeto e à generosidade.

Na hora que a fatídica pergunta “Papai Noel existe?” aparecer, jogue a resposta de volta para seu filho: “o que você acha?”. E, assim, ele vai chegar naturalmente a suas próprias conclusões. Mesmo sabendo da verdade, a fantasia do Natal vai continuar e, um dia, ele vai lembrar com saudade de quando acreditava naquele personagem e vai repetir essa brincadeira com outras crianças mais novas, mantendo a tradição, a magia e o encantamento do Natal.

Sobre Camila Prospero

Camila Próspero mora em São Paulo e é mamãe de duas delícias: a Catarina de 4 anos e o Artur de 2 aninhos. Especializada em nutrição infantil abandonou a carreira para se dedicar a sua verdadeira paixão, a loja artigos para festas Lapapel Festas, fundada por seu pai em 1985 e líder no mercado no bairro da Lapa em São Paulo.

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