Enquanto a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que apenas 15% dos partos sejam feitos por cesariana, no Brasil o SUS realiza 40% dos partos por este método. Quando falamos do índice na saúde complementar (privada), a porcentagem chega a 84,60%. A prática da cesariana no Brasil, mais que uma necessidade médica é uma opção cultural que o Ministério da Saúde está tentando mudar com projetos de conscientização e também com medidas anunciadas para 2015 que você pode conferir no quadro abaixo.
A pesar da cesariana ser um avanço importante que, se recomendada pelo obstetra deve ser realizada, pois em muitos casos ela pode salvar e já salvou vidas, quando não existe indicação médica a cesárea ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: Aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe, segundo dados do Ministério da Saúde.
Outra razão para fomentar o parto normal vem de vários estudos que indicam que o parto Cesárea é um fator de risco consistente para a não amamentação na primeira hora de vida, pois durante o parto normal é produzido um forte estímulo de hormônios para a produção de leite materno, e amamentar na primeira hora de vida é altamente recomendável por ser este um mecanismo potencial para a promoção da saúde, associado à maior duração do aleitamento materno e à redução de mortes infantis.
Na reprodução assistida, por exemplo, existe o mito que o parto deve ser Cesárea, algo que não é real. A indicação de parto normal ou cesariana depende da evolução da gravidez propriamente dita e não do fato de ser ou não oriunda de um tratamento de fertilidade. Este assunto é tratado no meu livro chamado “Infertilidade”.
Partindo da realidade que cada caso é único, a mulher deve conversar com seu obstetra e ouvir sua recomendação antes de tomar a decisão, sendo que o parto normal, por não ser um processo cirúrgico, é a opção preferível quando a gravidez não tem complicações.
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Parto normal e parto natural é a mesma coisa?
Não. Apesar do parto normal, igual o parto natural ser um “parto vaginal”, no caso do parto natural o bebê nasce sem intervenções médicas como anestesia, analgésicos ou substâncias para acelerar as contrações que eventualmente podem ser aplicadas em um parto normal. É possível fazer o parto natural em um hospital.