Fissura labiopalatina – As primeiras cirurgias e as primeiras palavras

Fissura labiopalatina – o conhecimento é o melhor tratamento

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As primeiras cirurgias e as primeiras palavras

Ao nascimento do filho com fissura labiopalatina, é preciso ter muita calma, principalmente ao buscar as informações necessárias para a escolha do tratamento de seu bebê, pois este será longo e deverá seguir etapas importantes que respeitem o crescimento facial da criança.

Tratamento cirúrgico: as primeiras cirurgias

Diferente do que muitos podem pensar, não é necessária a correção imediata da fissura para que o bebê consiga mamar. Como visto no post anterior, é possível amamentar o bebê com fissura diretamente no peito ou, quando preciso, com o uso de mamadeiras comercializadas em qualquer loja de produtos infantis.

O tratamento das fissuras labiopalatinas é estudado há anos. No Brasil e no mundo, centros especializados verificaram que ao corrigir a fissura labial entre o terceiro e o sexto mês de vida (a idade pode variar de acordo com o centro, tipo de fissura e condições clínicas do bebê), tem-se melhores resultados em relação ao crescimento facial e oclusão dentária.

Tratamento cirúrgico e as primeiras palavras

Quanto à fala, outro motivo de preocupação, devido aos riscos da voz ficar hipernasal, (quando o foco maior da voz é o nariz e não a boca), a atenção deve ser dada à cirurgia do palato. A técnica cirúrgica empregada para o reposicionamento da musculatura e fechamento do palato será de grande importância para a adequada movimentação das estruturas essenciais para este equilíbrio da voz. Vale lembrar que para todo procedimento cirúrgico que seu bebê for submetido é muito importante que sejam seguidas todas (exatamente todas!) as orientações médicas pré e pós-operatórias! A família, seguindo estes cuidados também é responsável pelo sucesso da cirurgia!

A criança com fissura labiopalatina, sem outros comprometimentos associados, tem a capacidade de desenvolver a linguagem e a fala como qualquer outra criança. A partir dos 12 meses de idade é esperado um salto em relação à compreensão da linguagem, bem como as primeiras palavras com significado, como mamãe, mamá, nenê, etc. Após os 18 meses nota-se um importante aumento do vocabulário. Não por acaso, os centros especializados em fissura realizam a cirurgia do palato entre 12 e 18 meses de idade, aguardando o crescimento craniofacial e proporcionando condições ideais para que o aprendizado das palavras ocorra da forma adequada, sem erros relacionados à fissura palatina.

Quando é preciso fazer o tratamento fonoaudiológico?

É fundamental que a criança com fissura labiopalatina seja acompanhada por um fonoaudiólogo, para avaliações periódicas da aquisição e desenvolvimento da linguagem e da fala.

Os casos em que mesmo após a cirurgia a criança permanece com a voz hipernasal ou falando “fanho” (articulando os sons das letras de forma diferente), tem indicação de tratamento fonoaudiológico. O objetivo é ensinar a criança a usar adequadamente a musculatura do palato e da garganta, bem como corrigir a forma como articula os sons das letras. Novamente nesta etapa do tratamento, a parceria com a família é fundamental ao sucesso terapêutico!

Onde buscar tratamento para fissura labiopalatina?

No Brasil há diversos Centros de tratamento de fissuras labiopalatinas, todos com atendimento gratuito. Além de instituições vinculadas à universidades, como o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (www.centrinho.usp.br), há dezenas de outros, como os parceiros da organização internacional Smile Train (www.smiletrainbrasil.com/onde-encontrar-ajuda.html). Aos moradores de municípios de difícil acesso, há a ação de missões humanitárias de ONGs, como a Operação Sorriso do Brasil (www.operacaosorriso.org.br).

Com estas informações, é hora de pesquisar o melhor tratamento para seu bebê.

Dúvidas surgirão? Com certeza! Mas a orientação especializada trará a calma e o conhecimento necessários para seguir em frente!

 

Até o próximo artigo!

Um abraço,

Sobre Dra. Daniela Barbosa

Dra. Daniela Barbosa (CRFa. 15230-2) é fonoaudióloga, mestre em Ciências da Reabilitação e especialista em Motricidade Orofacial pela USP. Professora do Curso de Fonoaudiologia da Unopar. Faz parte da equipe de As Fissuradas, no Facebook, onde mantém um diálogo aberto com as mães. Atua em consultório particular e também em centro especializado em malformações craniofaciais.

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2 comentários

  1. Lucia Mendes

    O Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais é uma Unidade Assistencial sem fins lucrativos situado na Policlínica Estadual Piquet Carneiro. Atende uma média de 50 pacientes com Fenda Palatina por dia
    O Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais- CTAC
    Localiza-se na Av. Marechal Rondon, nº 381
    no bairro São Francisco Xavier, no município do Rio de Janeiro.
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