Introdução alimentar

Introdução alimentar: é chegada a hora desta importante etapa do desenvolvimento do bebê

A sucção é a primeira função do Sistema Estomatognático (composto pelas estruturas da boca e garganta), sendo uma ação muscular comandada pelo cérebro que está presente desde a 32a semana de gestação.

Ao nascimento, já na primeira hora de vida, o bebê está pronto para se alimentar ao peito da mãe preferencialmente, mas também na mamadeira para os casos em que é preciso superar dificuldades diversas. Nos bebês saudáveis, boca, língua, garganta estão prontos para receber o líquido, que segue em um impulso ao destino final (o estômago) sem necessidade de muito preparo do alimento na boca. Por seis meses, o leite é o alimento exclusivo do bebê. Neste período a sucção estimula o crescimento e desenvolvimento dos músculos e ossos da face.

A partir desta idade surgem os movimentos da mastigação. São comparados com os primeiros passos da criança no desenvolvimento da marcha, mal coordenados e dirigidos. Os exercícios mastigatórios tornam-se fundamentais para o completo crescimento dos ossos e desenvolvimento da musculatura da face. Além do que, o organismo do bebê passa a ter uma demanda maior de nutrientes, uma vez que seu gasto de energia é maior.

Passamos então à necessidade de introdução de novos alimentos e nova consistência. Eis que é chegada a hora da papa que, ao ser iniciada no período correto evita que ocorra atraso do desenvolvimento motor da boca.

Foto: Reprodução www.coles.com.au
Foto: Reprodução www.coles.com.au

Posicionar a criança sentada, utilizando uma colher pequena e de plástico duro são os preparativos para a refeição. Em relação ao alimento, geralmente as papas doces são as primeiras a serem oferecidas. Cenoura, mandioquinha e mamão são exemplos de alimentos bem aceitos pelos bebês.

A primeira experiência geralmente não é como esperamos. Com tantas novidades de consistências e sabores, a criança passa por um período de aprendizado a ingerir os alimentos pastosos. Então, prepare muitos babadores e fraldas para muita sujeira e caretas fofas.

O preparo da consistência pastosa deve-se limitar ao uso de peneira ou garfo. Não há a necessidade, nem indicação, do uso do liquidificador.

O fato de, no início, o bebê engolir bem menos do que a quantidade com que se “lambuzou” não quer dizer que ele não gostou da refeição oferecida ou que apresentou alguma dificuldade, mas sim que está se adaptando à esta nova situação. Deve-se então insistir, tanto na papa quanto no alimento preparado.

Gradualmente o médico pediatra orientará a introdução de novos alimentos e sabores, chegando em pouco tempo à papa salgada, com uma dificuldade bem menor (as vezes até nenhuma). Gradualmente também não será necessário o completo amassamento do alimento. O que antes era uma consistência uniforme semelhante a um purê, chegará a um amassado grosseiro com o garfo.

Essa evolução da consistência suprirá em todos os momentos a necessidade que a criança tem em mastigar, garantindo assim o adequado desenvolvimento das suas estruturas orais e faciais, preparando-as para a produção dos sons da fala e primeiras palavras.

 

Portanto, é importante respeitar todas as etapas de crescimento do bebê, não acelerando ou retardando-as!

 

Um abraço,

Sobre Dra. Daniela Barbosa

Dra. Daniela Barbosa (CRFa. 15230-2) é fonoaudióloga, mestre em Ciências da Reabilitação e especialista em Motricidade Orofacial pela USP. Professora do Curso de Fonoaudiologia da Unopar. Faz parte da equipe de As Fissuradas, no Facebook, onde mantém um diálogo aberto com as mães. Atua em consultório particular e também em centro especializado em malformações craniofaciais.

Veja também

Tabela do Fator RH dos pais e possível fator RH dos filhos

Para facilitar o entendimento e consulta dos pais, confira esta tabela do Fator RH dos pais e possível fator RH dos filhos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *