Permissão para respirar

Ontem foi um dia péssimo! Meus filhos estavam “virados no Jiraya” ou, no português mais claro, estavam em puro estado de loucura, incontroláveis! Provocações, empurra-empurra, brigas, berros, discussões que começam do nada e eu, completamente frustrada e doida tentando dar um jeito naquela situação, ao mesmo tempo que pedia permissão para respirar e me acalmar.

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Como é difícil se sentir como uma mãe incompetente, que não consegue fazer com que seus filhos convivam em harmonia, que não transformem tudo em um Deus nos acuda! Quis chorar, quis fugir, quis fingir que não estava vendo, quis até mesmo não ser mãe naquele dia, só por ontem.

Depois que as crianças dormiram precisei de um momento só para mim. Fiquei quietinha na sala, pensando na vida e no meu papel de mãe. Será que toda essa agressividade que brotou ontem vai durar para sempre?

Foi, então, que eu comecei a resgatar minhas memórias da infância. Sou a caçula de 3 irmãos, todos com uma pequena diferença de idade (meu irmão mais velho com 3 anos e meio a mais e minha irmã do meio com 2 anos e meio e mais que eu) e muita energia.

Lembro muito mais das brincadeiras e risadas do que das brigas. Claro que brigamos muito e, na maioria das vezes, tenho certeza que pelos motivos mais banais do planeta. Mas as brincadeiras dominam minha memória:

– Pegar os bonecos do Playmobil do meu irmão e montar um desfile de carnaval com carro alegórico e tudo mais;

– Na casa da praia, que não tinha televisão, quando anoitecia brincávamos de fazer palhaçada, quem rir primeiro perde e tem que assumir o palco, ou seja, subir na cama e fazer gracinha para os outros;

– De vez em quando minha mãe fazia bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro e levava um pedaço para cada em um pratinho de acrílico, podíamos comer na sala assistindo televisão (raridade). Comíamos bem devagar para aquele momento durar mais;

– Subir na jabuticabeira, mesmo sem frutas, só para ter a sensação da molecagem;

– Subir no telhado para ver meu irmão empinar pipa;

– Jogar jogos de tabuleiro na mesinha de centro da sala;

– Lembro como se fosse ontem da minha mãe nos arrumando para comprar nosso primeiro vídeo game, um Atari (pronto, entreguei a minha idade). Quando acabamos de nos arrumar fomos ansiosamente chamar meu pai para sairmos, e lá estava meu pai, sentado no sofá da sala, jogando! Que dia incrível! Conhecemos o PacMan, Enduro, River Raid, Pitfall…

Respirei fundo algumas vezes, essas lembranças da infância encheram meu coração de alegria. Não sou uma mãe perfeita e nem tenho intenção de sê-la. Sou uma mãe comum, que ama, erra, frustra-se e continua empenhada a fazer cada vez melhor pelo bem das minhas crianças.

Espero não ter que enfrentar outro dia como o de ontem, mas se outro dia assim aparecer em minha vida, meu papel como educadora é aproveitar essas oportunidades para mostrar o quanto esse comportamento é ruim para todos, ninguém sai ganhando.

Claro que a teoria é uma beleza, na prática não é nada fácil ver seus filhos se provocando e não ficar chateada. É por isso que eu te proponho respirar, tentar achar alguns minutos em seu dia para refletir, lembrar dos bons momentos da sua infância e recarregar as energias para continuar a desempenhar com maestria seu papel de mãe e proporcionar lindas memórias para seus pequenos e para você, claro!

Sobre Monica Romeiro

Monica Romeiro é mamãe babona e apaixonada do Lucas - nascido em janeiro de 2011 - e da Larissa - nascida em julho de 2012 -, casada, publicitária por formação e empreendedora na Internet por paixão – paixão por criar, ler, escrever, pesquisar, colaborar, navegar, ajudar e compartilhar suas experiências. Escreve (sem papas na língua) sobre maternidade e dá dicas sobre empreendedorismo.

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2 comentários

  1. William Higa

    Olá, Monica!
    Tem dia que é difícil mesmo!! Percebo que os dias mais difíceis é quando tanto eu (pai) quanto a mãe perdem a paciência ao mesmo tempo! Quando apenas um perde a paciência, o outro acaba assumindo “a bronca” até que o outro se acalme! Isso facilita um pouco! E olha que por enquanto temos apenas um!…rs. Fico imaginando quando forem dois! Espero que consigamos ganhar experiência suficiente para quando este momento chegar!
    Abraços do amigo William

    • Monica Romeiro

      Will, que delícia te “encontrar” por aqui!
      Pois é, tem dias que os pequenos se transformam em grandes confusões! Ter pai e mãe por perto ajuda mesmo, nos finais de semana o Flavio salva a pátria kkkkk.
      Brinco que 1 filho é 1 filho, já com 2 filhos a soma é diferente: 1+1=11… é muito mais do que o dobro de bagunça, risadas, brigas, cabelos brancos, amor, calor no coração… enfim, a parte boa sempre sai ganhando, pode acreditar! Fora que serão 2 companheiros para a vida toda, isso não tem preço <3
      Vou torcer para encomendarem mais um mesticinho(a) para eu ficar babando!
      Beijos para a família… saudades!

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