A Síndrome de Asperger em Meninas

A Síndrome De Asperger Em Meninas

A Síndrome de Asperger é mais frequentemente identificada em meninos do que meninas, numa proporção de 4 (meninos) para 1 (meninas). Isto porque as meninas, de uma forma geral, têm mais “traquejo” social do que os meninos.  Embora as meninas sejam menos propensas a serem diagnosticadas, elas são mais propensas a sofrer em silêncio. Os critérios e instrumento de diagnósticos da Síndrome de Asperger foram desenvolvidos de acordo com fenótipos masculinos (Gould e Ashton-Smith, 2011).

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Foto: Reprodução www.wikihow.com

Elas expressam suas ações sociais por imitação, por isso que estas ações não são e espontâneas. E são mais propensas a serem consideradas imaturas, em vez de estranhas (como ocorre nos meninos).

Seus interesses especiais (hiperfoco) podem não ser tão evidentes e intensos como ocorre com os meninos.  O jogo imaginativo existe, mas é focado na natureza, ou interesses femininos estereotipados, como bonecas, make-up, animais e celebridades – que é por isso que meninas com a Síndrome de Asperger podem não parecer muito diferente para as meninas que não estejam no espectro.

As amizades de meninas com Asperger gravitam em torno de meninas mais velhas, que tendem a mãe delas e atuam como uma forma de “proteção” social, meninas podem ser socialmente imaturas e ter uma preferência para brincar com as crianças muito mais jovens, que não são desafiadoras e permitiriam à criança com Asperger dominar o jogo, dando-lhes a previsibilidade e o controle que as crianças com autismo necessitam.

Meninas com Asperger podem ser muito dependentes de suas mães, a quem elas consideram como suas melhores amigas e confidente em um mundo social que eles acham desafiador e assustador.

A amizade adolescente de uma menina com a SA é baseada em conversa, que é predominantemente sobre experiências, relacionamentos e sentimentos. E a adolescente com Asperger pode querer continuar com as brincadeiras e jogos infantis, e com isso ver diminuir os seus contatos com os amigos anteriores. Há também o novo problema a lidar com os avanços amorosos, uma vez que a conversa, para que isso ocorra, é inevitável (o que é difícil para elas) e  conceitos de romance e amor, assim como a intimidade física são confusas ou complexo para elas. Na tentativa de serem incluídas em atividades sociais, algumas meninas Asperger têm descrito como estarem adotando uma “máscara“.

Para os outros na escola, elas parecem continuamente expressar um sorriso, mas por trás da máscara – elas estão enfrentando ansiedade, medo e dúvidas sobre si mesmas. Elas estão desesperadas para serem incluídas e para agradar aos outros, mas não conseguem expressar seus sentimentos internos em público. Contudo, elas parecem ser mais capazes de aprender a conviver e camuflar as suas dificuldades em uma idade precoce se comparadas aos meninos. Por este motivo, elas são muitas vezes diagnosticadas tardiamente e mal compreendida.

Ao contrário dos meninos, elas tornam-se retraídas (isoladas), deprimidas e calmas, em vez de agressivas. Ansiedades profundas pode ser demonstrada em comportamentos alterados, podem apresentar notas mais baixas na escola, padrões de sono pobres, mau humor / depressão e comportamento obsessivo. Investigação a partir de 2011 constatou que muitas mulheres que foram posteriormente diagnosticadas como sendo no espectro autista, inicialmente foram diagnosticadas com tendo dificuldades, transtornos de personalidade, transtorno obsessivo-compulsivo ou transtornos alimentares (Rebite e Matson, 2011). Este diagnóstico diferencial pode estar relacionado à falta de consciência de como ocorre a Síndrome de Asperger nas meninas. Importante saber que as meninas com a Síndrome de Asperger têm um prognóstico melhor, se comparadas aos meninos.

Sobre Claudia Hakim

Advogada Especializada em Direito de Educação e Especialista em Neurociência e Psicologia Aplicada Autora do Blog e grupo no Facebook voltado para a Educação de Crianças Superdotadas : “Mãe de Crianças Superdotadas : www.maedecriancassuperdotadas.blogspot.com Membro Fundadora do Instituto Brasileiro de Superdotação e Alterações do Neurodesenvolvimento (IBSDND) Contato : claudiahakim@uol.com.br/ Fone : (11) 35113853

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Um comentário

  1. Qual especialista devo procurar para fazer diagnóstico? E qual tratamento melhor?

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