Ministério da Saúde alerta: Surto de microcefalia não tem relação com vacina contra rubéola
A falsa informação de que um lote vencido de vacina contra rubéola foi aplicado em gestantes no nordeste e seria a verdadeira causadora dos casos de microcefalia em bebês foi amplamente difundido na Internet e pode trazer riscos à população já que algumas gestantes podem parar de se prevenir contra picadas do Aedes aegypti.
Relacionamos os principais fatos para não haver qualquer dúvida sobre o que é verdade e o que é boato.
Mulheres grávidas não são vacinadas contra rubéola
O calendário vacinal brasileiro prevê que a vacina contra rubéola seja aplicada aos 15 meses de vida. Mulheres entre 15 e 29 anos também podem ser vacinadas para evitar o contágio por rubéola quando estiverem gestando, porém a vacina não é aplicada se a mulher já estiver grávida, nesse caso a vacina só poderá ser aplicada após o parto.
O Zika vírus causou microcefalia em outros países
Ao contrário do que a mensagem mentirosa difunde, Após o Brasil descobrir a relação do Zika vírus com os casos de microcefalia e alertar à OMS, a Polinésia Francesa, que teve um conhecido surto de Zika vírus em 2013, analisou os dados de bebês nascidos no período pós surto e descobriu a mesma relação. Foram 17 casos entre 2013 e 2014 para uma população de 280 mil pessoas.
O número de casos no Brasil surpreende devido ao grande número de brasileiros que ultrapassa 200 milhões. Até o momento são confirmados 1.761 casos de microcefalia.
Não existe evidências científicas relacionando vacinas à casos de microcefalia
Não existe na literatura médica brasileira ou internacional qualquer evidência científica que relacione vacinas à casos de microcefalia. O Ministério da Saúde afirma que o controle de qualidade das vacinas é realizado pelo laboratório produtor obedecendo a critérios padronizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Após aprovação em testes de controle do laboratório produtor, cada lote de vacina é submetido à análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) do Ministério da Saúde.
O vírus atenuado presente na vacina não é capaz de causar microcefalia em bebês
Mesmo que a vacina esteja fora do prazo de validade, o vírus atenuado presente no material não é capaz de provocar infecções graves a ponto de causar microcefalia.
O problema do boato para o controle da infecção
Ao divulgar mensagens enganosas, informações incorretas ou sem qualquer comprovação científica são disseminadas à população. No caso das gestantes elas podem interromper os cuidados para evitar picadas do Aedes aegypti, o transmissor do Zika Vírus.
Busque sempre informações em canais de saúde e fontes confiáveis e jamais republique mensagens das redes sociais ou WhatsApp sem verificar sua veracidade.
Leia na íntegra a Nota do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde esclarece que todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imuização (PNI) são seguras e não há nenhuma evidência na literatura nacional e internacional de que possam causar microcefalia. O PNI é responsável pelo repasse, aos estados, dos imunobiológicos que fazem parte dos calendários de vacinação. Uma das ferramentas essenciais para o sucesso dos programas de imunização é a avaliação da qualidade dos imunobiológicos. O controle de qualidade das vacinas é realizado pelo laboratório produtor obedecendo a critérios padronizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Após aprovação em testes de controle do laboratório produtor, cada lote de vacina é submetido à análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) do Ministério da Saúde. Desde 1983, os lotes por amostragem de imunobiológicos adquiridos pelos programas oficiais de imunização vêm sendo analisados, garantindo sua segurança, potência e estabilidade, antes de serem utilizados na população.
É importante lembrar que, independente de todas essas precauções, assim como os medicamentos, nenhuma vacina está livre totalmente de provocar eventos adversos, porém os riscos de complicações graves causadas pelas vacinas são muito menores do que os das doenças contra as quais elas protegem. No Brasil, eventos adversos associados à vacinação são acompanhados através do Sistema de Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação/SIAPV, que tem como objetivo avaliar de forma continuada a relação de risco-beneficio quanto ao uso dos imunobiológicos, bem como permitir o acompanhamento da situação das notificações/investigações, em tempo real, nas três esferas de governo. Destaca-se que não há relatado nesse sistema de notificação sobre microcefalia relacionada à vacinação, bem como não existe, até o momento, na literatura médica nacional e internacional, evidências sobre a associação do uso de vacinas com a microcefalia.
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