Carnaval de um Pai Solteiro

Esse fim de semana passei por uma experiência muito interessante… fiquei sem meu filho e assim fui brincar meu carnaval.
Claro que o carnaval de verdade só começa na próxima semana, mas aqui no Rio (de Janeiro), blocos e festas carnavalescas já estão acontecendo há muitos finais de semana. Então… resolvi pular.

Já fazia tempo que não fazia isso sozinho. Ano passado, meu filho passou o carnaval todo comigo e no anterior, nem lembro de ter pulado sem ele, mas… esse final de semana eu o fiz.

Ele foi com a mãe na sexta e a noite, fui para um bar com umas amigas. Bebemos, rimos, conversamos, filosofamos sobre a vida…, cheguei quase que de manhã em casa. Acordei para almoçar. Fiz o almoço, comi e logo depois, fui para a rua, atrás de um bloco em Ipanema. Encontrei alguns amigos e até me diverti, apesar de não ter gostado do tumulto e do repertório musical. Dalí, comi alguma coisa e fui para um bar comemorar o aniversário de uma amiga minha. Era um sambinha muito legal. Fiquei até o final da noite pulando no meio de um bar só com mulheres. Ah calma… não é o que você está pensando… era um bar só de lésbicas e eu não sabia. Hehehehe, foi muito divertido ser o único homem da festa.
Peguei carona para casa, dormi não tão tarde como na noite anterior (mas mesmo assim, já era tarde) e ainda fui fazer algo para comer antes.

Até aí, um final de semana ligeiramente comum para alguns solteiros, não é?! Pois bem.
Claro que eu já estava sentindo falta do Thomaz, meu filho. E então, no domingo, meu espírito paterno voltou suavemente. Melancolicamente despertou.
Acordei cedo para encontrar um casal de amigos para irmos num outro bloco. Eles tem um filhinho de 4 aninhos. Fomos para um bloquinho infantil por causa do pequeno. Então eu me paternalizei de novo.

Fomos para o Gigantes da Lira, em Laranjeiras. É um bloco muito diferente, pois é todo família. Muitos pais e mães com seus rebentos, muita gente fantasiada e todos brincando muito. Era espuminha para tudo o que é lado (odeio essa desgraça, mas… é carnaval… não vou lutar contra a maré), muita criança jogando confete e serpentina, musiquinhas em tom infantil com uma banda bem animada, lá ainda encontramos uma amiga nossa de infância com seu marido e enteado que não conhecíamos. Tudo num clima bem legal, mas bem legal mesmo… e eu sem meu filho.

Foi muito bom ter encontrado meus amigos. Almoçado com eles no apartamento novo deles, ver que eles estão bem, ter brincado com meu sobrinho de coração… mas a sensação foi de que eu tinha esquecido alguma coisa. Claro que eu não esqueci nada, mas a sensação é de que algo vital estava faltando, de que aquela sensação boa não era plena.

Eu posso brincar o carnaval ainda. Posso sair e me divertir enquanto solteiro, mas não fazer as coisas com meu filho é algo que não sei mais direito, me causa estranhamento. Claro que preciso de momentos sem ele, é muito importante por sinal, mas um final de semana inteiro de folia sem ele, foi estranho, na verdade foi incompleto.

Domingo a noite, peguei ele com a mãe e fomos para casa. Por incrível que pareça, uma das primeiras coisas que ele me falou foi: – Papai, quero ir para o carnaval.
É, acho que vou para a folia com meu pequeno na próxima vez. Afinal… juntou a vontade com a necessidade.
=] carnaval de um pai

 

Sobre Lizandro Crus Chagas

Carioca, professor, influenciador digital, pai solo e militante da paternidade ativa.

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