Culpas de mãe, um sentimento que todas as mamães conhecem bem! E não adianta levar a vida conforme todas as regras e sonhos pré-maternidade, as culpas aparecem até mesmo em situações que não temos controle, como numa queda dos pequenos em que ficamos nos culpando por não prever e evitar. Se alguma mamãe que está lendo esse post não sofre com esse sentimento, por favor me passe a receita!
Culpas de mãe, será que só eu passo por isso?
Minhas culpas de mãe começaram antes mesmo do nascimento do meu primogênito, que completará 5 anos na próxima semana. Este sentimento tomou conta de mim no dia em que descobri que estava grávida e me dei conta que havia ingerido bebida alcoólica quando ainda não sabia da gravidez.
Me senti culpada por não ter me atentado aos sintomas, como um ligeiro enjoo no carro ou por não saber que aquela sonolência repentina poderia ser sinal de gravidez.
Após esse episódio as culpas de mãe viraram quase uma constante. Vou contar somente algumas para vocês:
Culpas de mãe durante a gestação:
Ter ingerido álcool sem saber que eu estava grávida
Engravidei poucas semanas antes do meu casamento e, como era minha primeira gestação, eu nem desconfiava que aquela sonolência poderia ser um sinal de gravidez. Resultado: tomei vinho durante a festa de casamento e alguns drinks na Lua de Mel. Só descobri que estava grávida com aproximadamente 6 semanas de gestação.
Álcool na gravidez é coisa séria! Se você é tentante mantenha-se longe de bebidas alcoólicas para evitar que seu filho desenvolva a Síndrome alcoólica fetal. Se você, assim como eu, ingeriu bebida alcoólica sem saber da gestação, não precisa entrar em desespero, mas a partir do momento em que descobrir a gravidez, fique longe do álcool.
Não conseguir me alimentar de forma saudável todos os dias da gestação
Eu me esforcei para ser mais saudável durante a gravidez. Comia salada, variava ao máximo os alimentos, mas em alguns – mentira, foram vários – finais de semana me dava ao luxo de uma comida mais “trash” como pizza e hambúrguer com batata frita e que vinham acompanhadas de um sentimento de culpa.
Me livrei dessa culpa com o passar do tempo, sou mais feliz equilibrando a vida, sem excessos para nenhum dos lados. Continuo defendendo que a mulher deve se cuidar mais durante a gestação, procurar sempre por alimentos mais saudáveis, mas de vez em quando matar aquele desejo de devorar um hambúrguer com milkshake não faz mal para ninguém.
Não conseguir comer todos aqueles alimentos que eu lia serem essenciais para a formação do bebê
Aquelas listas infindáveis de alimentos que devemos ingerir durante a gestação deixam as mulheres neuróticas. Da mesma forma que me livrei da culpa por ter comido trash food, também me livrei dessa com o passar o tempo. Devemos sim buscar uma alimentação mais saudável, mas fazer disso uma neurose traz mais dor de cabeça do que benefícios.
Ter pegado meu filho no colo quando estava grávida da Larissa
Meu filho tinha somente 9 meses quando engravidei da Larissa, e é claro que eu o pegava no colo! Da mesma forma que a gestação evoluía, o peso do Lucas também acompanhava e eu sabia que isso poderia me trazer complicações. Mesmo assim eu o pegava no colo.
Não ter conseguido pegar meu filho no colo quando o ciático inflamou no último trimestre da gestação da Larissa
Essa culpa foi consequência da anterior. Como peguei muito o Lucas no colo, meu ciático inflamou a ponto de eu não conseguir mais andar ou levantar sozinha. O Lucas me pedia colo e, se eu o pagasse, não conseguia dar 1 só passo de tanta dor. Me senti culpada por não conseguir mais dar colo para meu menino.
Culpas de mãe nos primeiros anos dos filhos
Não passar tanto tempo com os filhos
Trabalho home office, mas mesmo assim preciso deixar meus filhos brincando sozinhos para que eu possa dar conta das minhas tarefas. Consigo imaginar que esse sentimento de culpa seja ainda mais forte nas mamães que trabalham fora e conseguem conviver somente poucas horas por dia com as crianças.
Para se livrar dessa culpa a dica é investir na qualidade dos momentos em que passam juntos ao invés de focar na quantidade. Dia de semana a qualidade do meu tempo com as crianças nem sempre é das melhores, mas depois das 17:00, que é quando paro de trabalhar, minha atenção é 100% para os pequenos, sem celulares, notebook ou tablets, somente eu e meus filhos.
Não ter levantado de madrugada para verificar se os filhos estão com frio ou calor
Quantas vezes vamos dormir com uma temperatura agradável e acordamos com uma mudança radical do tempo (mais frio ou mais quente). Ao acordar e me dar conta da diferença de temperatura me senti – ainda sinto – culpada por não ter acordado espontaneamente de madrugada para cobrir meus pequenos ou tirar o edredom.
Não sei se essa culpa de mãe tem prazo de validade. Acho que mesmo quando meus filhos estiverem com 20 anos eu ainda vou me preocupar se estão com frio ou calor enquanto dormem.
Matricular na escolinha tão cedo
Com apenas 6 meses meu pequeno já frequentava a escolinha. Me doía o coração deixá-lo lá, tanto que 2 ou 3 horas depois eu já estava na porta da escola para pegá-lo. Com o tempo a gente descobre que eles amam ficar na escolinha, brincar e explorar, além de poder se lambuzar com tintas e argilas, coisas que dificilmente permitiríamos em nossa casa.
Me livrar dessa culpa – o que demorou bastante tempo – foi libertador, tenho certeza que foi uma ótima decisão. Mas ainda hoje me flagro pensando o quanto ele era pequeno e já estava em uma escolinha.
Perder a paciência
Perdi a conta de quantas vezes perdi a paciência com as crianças! Mas a culpa de mãe surge quando a paciência está curta demais e acabo explodindo com motivos banais – quem nunca? – como um suco derramado sem querer na toalha que acabei de colocar.
Sentir saudade da época que não tinha filhos e tinha tempo para mim
Esse sentimento de culpa de mãe é um dos mais contraditórios na minha opinião. Amo meus filhos mais que tudo, mas ao mesmo tempo passo por períodos em que sinto saudade da liberdade de poder sair de casa para pegar um cineminha com o maridão quando bem entender. E não é só o cinema que me traz essa saudade, até mesmo dormir até mais tarde no final de semana me desperta esse sentimento (já escrevi uma lista sobre esse assunto que você pode ler aqui).
Sentir saudade da época sem filhos é natural, é sinal de que tivemos uma vida feliz antes das crianças. Hoje vivo de forma completamente diferente e também muito feliz.
Não ter conseguido evitar aquela queda em que o pequeno bateu a cabeça
Impossível contar quantas vezes meus pequenos caíram, especialmente quando ainda não dominavam a arte do andar, e eu me sentia péssima por não estar perto e evitar a queda. Um sentimento de culpa que me fazia pedir desculpas para meus filhos enquanto eles choravam, como se eu pudesse evitar todos as quedas e cada machucado fosse culpa minha.
Hoje lido melhor com esse sentimento, entendo que é importante para eles a queda para que aprendam a se equilibrar, comecem a adquirir noção de perigo e até para que aprendam a cair protegendo a cabeça.
Me sentir uma péssima mãe porque as outras mães são melhores do que eu
O Facebook e alguns blogs que pregam maternidade perfeita são os maiores causadores desse sentimento de culpa: o de não ser uma mãe tão boa quanto as outras mães.
Entender que a maternidade não é campeonato, assim como Facebook entre outras redes sociais e blogs são a vitrine do bonito e não do real, foi fundamental para me libertar dessa culpa. Hoje tenho a tranquilidade em saber – e dizer – que sou a melhor mãe que eu posso ser.
Culpas de mãe são eternas
Acredito que toda mãe leva consigo alguma culpa, por mais injustificada ou insignificante que seja, afinal amamos nossos pequenos e, se pudéssemos, pegaríamos todas suas dores e problemas para nós, para que eles vivessem sempre felizes, saudáveis e com prosperidade.
Mas é importante sabermos lidar com todas essas culpas de mãe. Lembrar sempre que nosso papel é educar nossos filhos para que aprendam a superar seus próprios problemas e buscarem com suas próprias pernas o sucesso para uma vida feliz e honesta.
E você, também sente culpas de mãe ou pai?
Vou tentar colocar Manuela no berco. E tentar tirar essa culpa gigantesca e dolorida das minhas costas. Com toda a paciencia que o suspiro dela acabou de me dar de volta.