Mais gêmeos que antigamente
Dados do registro civil divulgado pelo IBGE revelam que em sete anos houve um aumento de 17% no número de nascimentos de gêmeos. São Paulo e Rio de Janeiro representam as maiores taxas com a proporção de gêmeos de 1 para cada 45 e 1 para cada 51 respectivamente, enquanto a probabilidade natural de ter gêmeos é de 1 para cada 80 nascimentos. E por que nascem mais gêmeos que antigamente? Uma hipótese para o aumento no número de gêmeos é a maior concentração de pessoas que realizaram tratamentos de fertilidade nos estados citados anteriormente.
Tratamentos de fertilidade sempre resultam em gravidez múltipla?
Não. A gravidez múltipla em tratamentos de reprodução humana já foi grande, mas o avanço das técnicas da medicina reprodutiva reduziu muito este risco. Atualmente a probabilidade de ter gêmeos através destas técnicas chega a 30%, enquanto de forma espontânea pode chegar a 2%. Os especialistas em reprodução humana querem continuar reduzindo as chances de gravidez múltipla (que quase sempre resulta em gêmeos) e sempre que possível apostam na (SET), sigla em inglês para transferência de um único embrião. Com apenas um embrião no útero se obtêm um único bebê saudável eliminam todos os riscos de uma gravidez de gêmeos.
Riscos da gravidez de gêmeos
O principal risco para mãe e filhos em uma gravidez de gêmeos é o parto prematuro, circunstância que ocorre em mais da metade dos casos deste tipo de gravidez independente da gravidez ser espontânea ou por tratamento de reprodução humana. Além disso, a necessidade de cesárea é muito mais frequente e também são maiores os riscos de complicações como hipertensão, excesso de líquido amniótico e diabete gestacional.
Por que os casais preferem ter gêmeos?
Apesar dos médicos tratarem de garantir a gestação única por ser a opção mais segura para mãe e filho, um estudo apresentado em 2014 pelo IVI durante o Congresso Europeu de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) comprovou que os casais em tratamento de reprodução humana assistida preferem ter gêmeos.
Duas pesquisas foram realizadas sobre esta questão. Na primeira, foram entrevistados 399 casais em tratamento de reprodução humana antes da realização da transferência embrionária. O estudo revelou 58,2% de preferência em obter uma gravidez gemelar. A segunda, que indagava a razão desta preferência, revelou duas justificativas para este desejo: A maioria dos casais que preferiam gêmeos justificavam este desejo como uma forma de evitar um novo tratamento para ter um segundo filho (61,6%), e em segundo lugar, os pacientes que acreditam que têm mais chances de gravidez transferindo mais de um embrião ao útero materno.