Existem algumas causas da infertilidade que podem ser solucionadas sem a necessidade de uma inseminação artificial ou uma fertilização in vitro. De fato, a prioridade dos especialistas em reprodução humana é ajudar a normalizar a capacidade reprodutiva do casal, para que a gravidez possa acontecer naturalmente, restabelecendo assim a sua fertilidade. A hiperprolactinemia, caracterizada pelo aumento nos níveis do hormônio Prolactina, é um exemplo dessa situação. A Hiperprolactinemia comumente causa distúrbios menstruais e dificulta a ovulação espontânea, causando infertilidade. O restabelecimento de níveis normais deste hormônio, muitas vezes é suficiente para retomar a fertilidade do casal.
Como a hiperprolactemia afeta a fertilidade?
Para explicar a hiperprolactemia é preciso esclarecer primeiro que a prolactina é mais um dos vários hormônios importantes para o equilíbrio da saúde reprodutiva. A prolactina é o hormônio responsável principalmente pela produção de leite materno pelas glândulas mamárias. A hiperprolactemia é uma alteração neuroendocrinológica acompanhada de diferentes alterações menstruais que afeta entre 9-17% das mulheres com infertilidade. Quando o nível de prolactina no sangue está elevado, ocorre um desequilíbrio hormonal que pode gerar a anovulação e, como consequência, comprometer as chances de gravidez.
Sintomas e tratamento
Amenorreia (ausência de menstruação) e galactorreia (produção de leite fora do período de lactação) podem ser os principais indícios, mas não os únicos. Através de análise de sangue é possível identificar os níveis da prolactina que estando em valores entre 20 ng/mL e 40 ng/mL são considerados elevados. Vários exames podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico, além de também determinar a causa, descartando que tenha origem em medicamentos que causem a hiperprolactinemia, o hipotireoidismo, o histórico de insuficiência renal e hepática, ou mesmo a presença de um prolactinoma, que é um tipo de tumor benigno.
Se entre os sintomas está o aumento de acne, pele oleosa e aumento de pelos (hiperandrogenismo), é possível que os níveis de prolactina foram alterados devido à Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), que, em 25% dos casos é acompanhado de hiperprolactinemia. Nestes casos é preciso tratar a SOP.
O tratamento é realizado através de medicamentos que ajudam a retomar o equilíbrio da prolactina e a consequente restauração dos ciclos ovulatórios e desaparecimento dos sintomas relacionados com a hiperprolactinemia. Com o acompanhamento médico adequado a fertilidade é restabelecida e o casal consegue engravidar naturalmente.