Aborto de repetição

O aborto de repetição é caracterizado a partir de mais de duas perdas gestacionais em mulheres acima dos 35 anos ou três perdas gestacionais para mulheres abaixo dessa idade. Na maioria das vezes, a causa do aborto que ocorre antes do primeiro trimestre é genética. Outras possíveis causas da perda gestacional recorrente podem ser fatores morfológicos, hematológicos, imunológicos ou até mesmo nutricionais.

Estima-se que entre as gestações clinicamente conhecidas, a incidência de aborto está entre 15% e 20%, porém muitas perdas ocorrem sem que as mulheres percebam por conta de ocorrerem poucas semanas após fecundação e, portanto, antes de um atraso significativo no ciclo menstrual.

Segundo a American Society for Reproductive Medicine o risco de aborto varia conforme a idade, sendo:

  • Menos de 35 anos: 14%
  • De 35 a 37 anos: 19%
  • De 38 a 40 anos: 25%
  • De 40 a 45 anos: 40%
  • Acima de 45 anos: até 60%

Confira algumas dúvidas frequentes sobre o aborto de repetição:

O que fazer diante de um aborto de repetição?

Como dito, é muito normal sofrer um primeiro aborto, no entanto, quando isso ocorre pela segunda vez, é importante estudar o produto do aborto (POC) para identificar com segurança se existe um fator genético relacionado com a perda. Este exame tem vantagens com relação ao cariótipo comum porque não requer cultivo e, portanto, apresenta resultados em quase 100% das vezes, além de diferenciar o cariótipo da mãe com o cariótipo do feto.

Por que acontecem os abortos de repetição?

As causas podem ser genéticas, ligadas à trombofilias, anatômicas da cavidade uterina ou também relacionadas com o sistema imunológico.

Quais são as chances de engravidar de gravidez normal após um primeiro abortamento?

De 80 a 90% das mulheres com um abortamento espontâneo vão ter uma gravidez normal na próxima vez. Existe um risco de 0,4% a 1% de apresentar três abortos.

Que fatores influenciam na repetição do abortamento?

O número de abortamentos prévios unido à idade materna constitui o fator preditivo mais importante para sofrer uma nova perda. O risco de abortar aumenta de forma progressiva com o número de gestações prévias perdidas.

Exames para identificar a causa do aborto

Além de estudos morfológicos do útero para identificar se alguma obstrução ou malformação provocou a perda, são necessários estudos hematológicos e imunológicos. Caso não tenha sido realizado o POC para estudar geneticamente uma amostra do tecido fetal, é recomendável que o casal realize um exame de Cariótipo.

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Sobre Dra. Genevieve Coelho

Dra. Genevieve Coelho é ginecologista especialista em reprodução humana pelo Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI), na Espanha, e especialista em vídeo cirurgia pelo Instituto São Rafael em Milão, Itália. Dirige o IVI Salvador desde sua fundação em 2009. www.ivi.net.br (71) 3014 9999

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